Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PERCEPÇÃO DE QUILOMBOLAS ACERCA DO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Samylla Maira Costa Siqueira, Viviane Silva de Jesus, Marília Souza de Oliveira, Lucas Amaral Martins, Elane Nayara Batista dos Santos, Climene Laura de Camargo

Resumo


O acesso aos serviços de saúde é um direito do cidadão garantido constitucionalmente¹. Contudo, em determinadas comunidades, especialmente aquelas existentes em locais remotos, o acesso aos serviços de saúde é inexistente ou ocorre de forma precária, tornando estes indivíduos alijados de uma adequada assistência à saúde. Objetivo: identificar como a população quilombola que reside em um local remoto percebe a assistência à saúde oferecida na ilha. Método: estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado de outubro a dezembro de 2013 na Comunidade Quilombola de Praia Grande, localizada na Ilha de Maré, Salvador-BA, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Bahia sob o parecer nº 420.096. Participaram 23 moradores da ilha de ambos os sexos. O instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado, e a técnica utilizada foi a entrevista gravada e, posteriormente, transcrita. Os dados foram analisados conforme a técnica de conteúdo temática proposta por Bardin. Resultados: da análise dos dados emergiram duas categorias: “Sentimentos relacionados à assistência à saúde”, foi possível notar insatisfação no que concerne ao atendimento de saúde a eles oferecido, tendo sido identificados sentimentos de tristeza e desesperança. As pessoas têm uma sensação de esquecimento e abandono pelo poder público, relatando que falta interesse por parte do governo em oferecer um melhor suporte à ilha; “Itinerário terapêutico na busca por cuidados em diferentes períodos do dia”, quando necessita de cuidados de baixa complexidade no período diurno, a população, geralmente, se dirige ao posto de saúde da ilha, única unidade de saúde existente. Contudo, quando as necessidades de cuidado ocorrem no período noturno, as pessoas precisam se deslocar por conta própria, em canoas pertencentes aos ilhéus, para procurar assistência no continente, o que os faz reclamar por um serviço com funcionamento contínuo. Conclusão: por residirem em um local afastado do continente e por este não ser prioridade para o poder público, os ilhéus vivenciam uma série de dificuldades no que concerne à assistência à saúde. Os serviços oferecidos na ilha foram classificados como precários e insuficientes frente às necessidades de saúde da população. Desta forma, convém que seja criado um serviço de saúde que funcione durante as 24 horas do dia e que seja de qualidade, de forma a sanar os problemas apresentados pelos ilhéus, que se encontram insatisfeitos.

Palavras-chave


Acesso aos Serviços de Saúde; Populações Vulneráveis; Assistência à Saúde

Referências


1. Assis MMA, Jesus WLA. Acesso aos serviços de saúde: abordagens, conceitos, políticas e modelos de análise. Ciência & Saúde Coletiva, 17(11):2865-2875, 201