Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NA SALA DE VACINAÇÃO DE UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA: DIFICULDADES E FACILIDADES
Josele de Farias Rodrigues Santa Barbara, Isis Thamara de Argolo Cerqueira

Resumo


Introdução: A atuação da enfermeira na Sala de Vacinação é de suma importância na assistência e ações que são desenvolvidas neste ambiente, visto que este profissional deve atuar em todo o processo de imunização, levando sempre em consideração a orientação e educação em saúde dos usuários desse serviço de saúde, e o treinamento e capacitação da equipe de saúde, buscando uma assistência humanizada. Porém, existem fatores que interferem na execução das ações de vacinação, dificultando ou facilitando-as. Objetivo: Identificar as dificuldades e/ou facilidades vivenciadas pelas enfermeiras para atuar na Sala de Vacinação. Método: Foi utilizada a abordagem qualitativa, tendo como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada relacionada à temática. Os sujeitos da pesquisa foram enfermeiras pertencentes às Equipes de Saúde da Família de um município do interior da Bahia. Resultados: As facilidades expostas pelas entrevistadas para atuarem na Sala de Vacinação compreendem as situações de: detentoras de conhecimento científico e serem profissionais de confiança dos usuários; ter técnica de enfermagem capacitada para atuar no setor; realização da supervisão e bom relacionamento da equipe; ter estrutura e materiais de consumo adequados para atuação; e ter acesso facilitado ao setor, devido à proximidade entre o consultório de enfermagem e a Sala de Vacinação. A sobrecarga e demanda de funções e atividades da enfermeira na Unidade de Saúde da Família é a principal dificuldade para esta profissional atuar, deixando este setor, muitas vezes, sobre a responsabilidade da técnica de enfermagem. A infraestrutura e a manutenção dos equipamentos inadequados, segundo as entrevistadas, dificultam a atuação da enfermeira para realização do que é preconizado pelo Programa Nacional de Imunização, reduzindo a eficiência e eficácia da vacinação. Porém, existem profissionais que acreditam não haver dificuldade para atuar neste setor, o que pode inferir duas hipóteses: a compreensão e realização das ações de vacinação de acordo com o recomendado pelo Ministério da Saúde; ou a ausência total do profissional no setor. Conclusão: A atuação da enfermeira na Sala de Vacinação é incipiente ou até mesmo ausente, ficando a técnica de enfermagem, na maioria das vezes, como responsável deste setor, que não teve, em sua formação, disciplinas que a capacitasse para gerenciar e ser responsável técnica pela Sala de Vacinação.

Palavras-chave


Enfermeira; Sala de Vacinação; Supervisão

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