Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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RELATO DE EXPERIÊNCIA: VIVÊNCIA DO NASF COM GRUPO DE ADOLESCENTES EM ARACATI-CE
Olga Cristina Pires Ramos, Audenir Tavares Xavier Moreira, Sâmya Brito de Araújo, Maria Tereza Ribeiro

Resumo


Este é um relato de experiência sobre grupo de adolescentes, moradores da zona rural do município de Aracati de nome “Volta”, que vivenciam vulnerabilidades múltiplas tais como: Famílias de baixa renda, numerosas, que sofrem violência intrafamiliar, desemprego, uso de substâncias psicoativas e ociosidade da juventude. A partir da Territorialização e Inserção Comunitária, passo inicial do programa da Residência Integrada em Saúde com ênfase em Saúde da Família e Comunidade pela Escola de saúde Pública do Ceará, visualizamos a extrema necessidade de promover atenção integral e focalizada a estes adolescentes, a partir da opinião dos diversos atores da comunidade, que no planejamento participativo, puderam avaliar e sugerir ações e mudanças nos serviços de saúde prestados pela equipe de saúde da família, bem como nos apresentar as potencialidades e fraquezas deste espaço. A escolha metodológica e processo de trabalho do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF Lagoas) composta por nós Residentes, respeitou além do desejo dos adolescentes que puderam sugerir as temáticas e atividades que mais os agradavam, a Política de Atenção Integral a Saúde do Adolescente e Jovem, que visa à mudança na oferta e prestação dos serviços, e o respeito às características biopsicossociais, culturais e as necessidades de saúde. Utilizamos Rodas de Conversa, Oficinas Criativas, Círculos de Cultura, Oficinas de Dança (Funk e Hip Hop), Esportes, Filmes e Vivências Pedagógicas para abordar as temáticas sugeridas: Mudanças Corporais, Amor, Sexo, Métodos Contraceptivos, Relações de Gênero e Drogas. Os encontros foram quinzenais, e contavam com cerca de vinte e cinco adolescentes. Criação e fortalecimento dos vínculos afetivos com o grupo de adolescentes; espaços lúdicos e de aprendizado mútuo.  Vivenciamos também como conquista, a confiança, o respeito, o empoderamento, a alegria, o reforço de autonomias, o disparar dos processos de conscientização e visualização dos sonhos e projetos de vida dos adolescentes da comunidade. Aos profissionais de saúde sugerimos mais abertura e desprendimento para o ‘novo’, prática do respeito à opinião, à cultura dos adolescentes, ou seja, falar a “língua” deles. Ressaltamos a importância da construção de rede socioassistencial, prática da interprofissionalidade e o envolvimento com a comunidade nesse processo de descobertas e desafios no trabalho com a adolescência.

Palavras-chave


Vivência; Aprendizado; Empoderamento; Comunidade; Sonhos; Territorialização; Vulnerabilidades; Metodologias