Tamanho da fonte: 

Caracterização do problema: A relação entre teoria e prática tem sido objeto de estudo e aprofundamento em várias áreas do conhecimento; contudo ainda constitui um desafio no ensino em saúde a vinculação entre teoria e prática de modo a fortalecer a construção de um conhecimento crítico e reflexivo comprometido com a transformação da realidade, tendo em vista que ensinar não se limita a transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou sua construção. É nesse sentido que diversas estratégias de educação libertadora têm sido implementadas pelo país, um exemplo é o VER SUS, que em Pernambuco é construído baseado na pedagogia freireana. O espaço de vivência se constitui em um movimento dinâmico onde a teoria e as práticas se articulam, exigindo dos participantes a inserção em contextos da realidade desvelados a partir de novos olhares. Descrição da experiência No VER SUS-PE o processo de conscientização durante a estratégia educativa permeou as arenas de discussões a partir da leitura crítica de textos e filmes, considerado a intencionalidade da formação como elemento de empoderamento do profissional de saúde no exercício de sua competência sociopolítica. Assim, vem romper “com um modo de pensar e agir compartimentalizado por normas e regras”. Para tanto, as vivências esperienciadas durante o projeto se deu em diversos cenários para além dos muros das unidades de saúde, como visitas às periferias do Recife e uma vivência em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Efeitos alcançados Tais vivências são construídas com a finalidade bem definida de sensibilizar estudantes, futuras trabalhadoras e futuros trabalhadores, para o SUS, mas para além dessa, as vivências são construídas pra tocar corações e mentes para construir um projeto de nação que compreenda a saúde para além do modelo cartesiano de saúde/doença. Recomendações O projeto VER SUS PE é mais uma das tantas de tentativas que têm pautado a construção do saber não dissociada da construção da percepção social de cada indivíduo como corresponsável pela construção do SUS e de uma sociedade menos desigual. Tais construções devem ser cada vez mais potencializadas, tendo em vista que mesmo com as reformas curriculares, as graduações de saúde ainda não tem dado conta de formar profissionais que não sejam apenas técnicos nas suas profissões, mas que consigam compreender os diversos cenários sociais e seus determinantes e condicionantes na saúde.

Educação, VER SUS