Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CARTOGRAFANDO A REDE DE CUIDADO ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE MACAÉ/RJ
Fátima Lima, Danilo Dias Peliciari, Bruna Freire Santos, Viviane Tavares, João Lucas da Costa Soares Monteiro, Patricia Aparecida Beraldo, Ana Paula Pereira Masa, Sabrina Henriquiele de Azevedo dos Santos, Franci Oliveira Barros, Kelly Pires Coura Aguiar, Viviane Souza Machado, Alex Santos, Izabella Melo, Victor Caires, Françaynne Soares Ferreira

Resumo


O Brasil é o 7º país onde mais se matam mulheres no mundo (Dossiê Mulher 2013 do ISP-RJ). Em 2012, no estado do Rio de Janeiro foram 295 homicídios dolosos contra a mulher. Este dado evidencia a relevância e a necessidade de se questionar as causas e os impactos do tema na sociedade. Nota-se que as mortes por causas externas apresentam relação com diversos tipos de violência, entre as quais se destacam as violências doméstica, sexual e física. Dessa forma, para conhecer esta realidade no município de Macaé/RJ realizamos um processo de reconhecimento desta situação bem como o traçado da rede de atenção às mulheres vítimas de violências. A base do nosso trabalho foi um projeto de PET- Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde. Organizamos uma equipe composta por graduandos de enfermagem e medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro - campus Macaé, além de preceptores (profissionais de saúde) que circulam pela rede de cuidado em saúde do município. Foram visitados os seguintes cenários: o Comitê de Mortalidade Materna e Infantil, a DIAD (Divisão de Informação e Análise de Dados), a Vigilância Epidemiológica e o Núcleo de Atendimento às mulheres vítimas de violência sexual do Hospital Público Municipal, a Estratégia de Saúde da Família Barra-Brasília, o Centro de Referência da Mulher e o Centro de Referência do Adolescente. Nessas visitas constatou-se que há uma dificuldade em discernir o que é a notificação de violência e a ocorrência policial, principalmente por parte dos profissionais de saúde, gerando uma subnotificação que dificulta a promoção de políticas publicas voltadas ao tema. Observou-se ainda que se configura de uma rede frágil, em construção, com intercomunicação precária e sem referência contra referência nos processos de cuidado. A experiência do PET possibilitou aos seus integrantes um olhar diferenciado acerca do tema, de modo a repensar a clínica de sinais e sintomas, sensibilizando e alertando os profissionais de saúde para questões mais subjetivas. Recomenda-se uma consolidação maior dos dispositivos de cuidado as mulheres vítimas de violências no município e um processo de educação permanente que trabalhe essas questões com os profissionais de saúde, principalmente a importância da notificação e do acompanhamento dessas mulheres.

Palavras-chave


mulhres;violências;cuidado em saúde