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Os Centros de Referência de imunobiológicos Especiais (CRIEs) foram implantados a partir de 1993 pelo Ministério da Saúde. São constituídos de infraestrutura e logística especializada, sendo destinados ao atendimento de indivíduos portadores de quadros clínicos especiais, mais vulneráveis às doenças ou risco de complicações próprias, relacionadas a questões biológicas como o transplante, imunodepressão, asplênia, AIDS, dentre outros. Como enfermeira de um CRIE da cidade de Salvador- Ba, destaco aqui os usuários do serviço portadores do vírus HIV, responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida(AIDS), pois com o uso dos antiretrovirais e sua eficácia, a AIDS tem assumido um caráter de cronicidade, o que vem modificando o perfil dos usuários. A nova lógica de compreensão dos soropositivos de longa data de diagnóstico permeiam, inadvertidamente, a desconsiderar as medidas preventivas, ressignificando de maneira imprópria as questões epidemiológicas da doença, como por exemplo, o da transmissibilidade do vírus. Desta forma, na consulta de enfermagem, nós enfermeiros, além da aplicarmos conhecimentos técnicos específicos relacionados ao processo de adoecimento e indicação/utilização dos imunobiológicos especiais, tais como a vacina contra o pneumococo e contra a influenza e as demais vacinas pertinentes ao calendário do adulto, realizamos educação em saúde. Cabe-nos ainda acolher este indivíduo, estabelecer relações que nos impulsionam a contemplar o ser humano em sua multidimensionalidade, considerando as suas singularidades, decodificando os múltiplos significados transmitidos por meio de mensagens verbais e não verbais. Buscamos apreender como estes sujeitos compreendem o seu processo de saúde-doença, identificando os seus medos, angustias, receios do estigma e preconceito social que permeiam a sua condição biológica. Nesta perspectiva, o enfermeiro tem um papel relevante em estimular aos atores sociais, usuários do serviço e sujeitos da comunidade, na construção da compreensão sobre os diversos aspectos que englobam e perpassam o conhecimento sobre a doença e na reflexão crítica da responsabilidade social da autoproteção e proteção dos demais envolvidos. Em suma, de forma articulada com os demais membros da equipe percebemos que temos um grande potencial para prestar a estes indivíduos uma assistência de qualidade e acolhedora, subsidiada nos princípios e diretrizes que são preconizados pelo Sistema Único de Saúde.

consulta de enfermagem; imunobiológicos especiais; HIV