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A IMPLEMENTAÇÃO DO CURSO TÉCNICO DE HEMOTERAPIA NO ÂMBITO DE UMA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: A CONSTRUÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EM UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
Resumo
As políticas do sangue e hemoderivados são formuladas a partir de 1988, alcançando uma gradual implementação dos serviços e ações na área, constituindo hoje o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados (SINASAN). A educação permanente dos profissionais dessa rede de atenção está dentre áreas prioritárias do Ministério da Saúde, visando a qualificação do processo de trabalho e da atenção. Assim, a habilitação de profissionais técnicos de nível médio em hemoterapia tem por pressuposto a definição de um plano de curso (teórico-prático) capaz de qualificar trabalhadores da rede SUS, de maneira a consolidar a hemoterapia como campo de conhecimento e profissionalização. O estudo de caráter qualitativo buscou descrever o contexto, a elaboração e a implementação do plano do primeiro Curso Técnico de Hemoterapia (CTH), ofertado por uma Escola de Saúde Pública (ESP) de um estado da região sudeste, pertencente à Rede de Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde. Fez-se uma coleta de dados a partir das informações obtidas de documentos como legislações, informes institucionais e proposta de plano de curso. Realizou-se entrevista com informante chave, coordenadora do curso, bem como, grupos focais com docentes, discentes, além de uma oficina com gestores, pedagogas e técnicos de referência do curso na ESP. A análise de conteúdo favoreceu a sistematização das informações em tópicos como infraestrutura; aspectos da gestão e planejamento do curso; conteúdo-programático; perfil dos discentes/docentes; dificuldades/estratégias operacionais do curso e de participação/frequência dos discentes. A implementação do currículo apresentou desafios pertinentes à conformação do conteúdo-programático do curso; às dificuldades da articulação ensino-serviço; aos problemas de infra-estrutura e de organização relacionados ao período noturno do curso. As estratégias propostas para superação das dificuldades evidenciaram a possibilidade da construção de um conteúdo teórico-prático fundamentado no currículo integrado, privilegiando a discussão de disciplinas básicas no contexto do processo de trabalho. Concluiu-se que a não regulamentação da profissão e a ausência de um compromisso formal entre serviços de saúde e instituição de ensino são pontos críticos a serem considerados em novas turmas. .