Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS MÉDICOS DE FAMÍLIA: UM ESTUDO ACERCA DE SUA IMPLEMENTAÇÃO
Lucí­lia Nunes de Assis, Luciana Souza D'Ávila, Marilene Barros de Melo

Resumo


O Programa de Educação Permanente (PEP) dos Médicos da Estratégia de Saúde da Família (ESF), criado em 2004 por um Estado da região sudeste, visa a qualificação das ações de saúde. Financiado com recursos do tesouro estadual, originou-se de uma parceria com faculdades de medicina e a prefeitura da capital do Estado investigado. O presente trabalho, recorte de uma ampla investigação sobre este programa, visa descrever as circunstâncias de sua implementação a partir da visão dos coordenadores ou referências municipais do PEP e gestores das Superintendências Regionais de Saúde e de Análise Documental. Foram realizadas 22 entrevistas. A Análise de Conteúdo explicitou as categorias - estratégias de implementação e estratégias metodológicas. A relação da gestão estadual de saúde com as instituições de ensino se dá por contratos anuais e transferência fundo a fundo no caso da Secretaria Municipal de Saúde. A organização do programa se constituiu a partir de oficinas com gestores municipais e das regionais de saúde e coordenadores das instituições executoras, além de discussões nas CIB regionais e seminários. O programa tem como núcleo central a consulta médica centrada no paciente, é estruturado a partir dos Grupos de Aperfeiçoamento da Prática (GAP), composto de 8 a 12 médicos que integram a ESF de uma mesma região de saúde. Sua estrutura conta com quatro estratégias educacionais adequadas à necessidade de cada grupo, de quatro horas mensais cada uma, dentro do horário de trabalho: a) Plano de Desenvolvimento Profissional, ferramenta para promover a autoaprendizagem e a identificação das fragilidades profissionais individuais, sobre as quais são traçadas estratégias; b) Módulos de Capacitação, reuniões pautadas em eixos temáticos estabelecidos pela identificação de prioridades pelos gestores e médicos do GAP; c) Treinamento de Habilidades Clínicas, acompanhamento e avaliação de um preceptor/ facilitador do atendimento clínico d) Ciclo de Aperfeiçoamento de Prática Profissional (CAPP), pilar da ação educacional do PEP, espaço permanente de discussão e proposição crítica da prática, a partir da análise das consultas, eventos, prontuários, dos mecanismos de auditoria clínica e operacional; da discussão de casos clínicos e de protocolos. Evidenciou-se que o PEP qualifica a abordagem clínica individual e centra-se na técnica de aprendizagem CAPP, alcançando maior efetividade segundo motivação pessoal do médico participante e estabilidade de composição do grupo.