Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REPERCUSSÕES SOCIAIS VIVENCIADAS POR IDOSOS ACOMETIDOS POR ÚLCERAS VENOSAS
Samylla Maira Costa Siqueira, Aline Cristiane de Sousa Azevedo Aguiar, Tânia Maria de Oliva Menezes, Marta dos Reis Alves, Lucas Amaral Martins, Luana Araújo dos Reis, Viviane Silva de Jesus, Elane Nayara Batista dos Santos, Climene Laura de Camargo

Resumo


A ferida sempre esteve vinculada a um processo de sofrimento humano. Historicamente, os indivíduos que sofreram com essas feridas foram excluídos da sociedade e maculados pelo resto de suas vidas, pois essa simbolizava pecado, dor, angústia, isolamento e morte. O distanciamento dos familiares, a perda dos amigos, o abandono dos parceiros, como também a perda da autonomia e da atividade profissional são situações enfrentadas por esses indivíduos que experimentam não apenas mudanças no corpo físico, mas também alterações psicológicas e sociais. Objetivo: conhecer as repercussões sociais vivenciadas por idosos acometidos por úlceras venosas. Método: Estudo descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa, realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no ano de 2012, com oito idosos acometidos por úlcera venosa. As informações foram coletadas pelo roteiro de entrevista semiestruturada e analisadas através da técnica de análise de conteúdo temática proposta por Bardin. Esse resumo foi extraído da dissertação de mestrado: “Percepção de idosos sobre o viver com úlcera venosa”, apresentada ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, 2013. Os princípios éticos da pesquisa foram atendidos segundo a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelo CEP sob protocolo 01552412.1.0000.5531. Resultados: apontam que os idosos são socialmente estigmatizados, vítimas de preconceito, discriminação, constrangimento e segregação social. O preconceito se mostrou marcante, uma vez que a ferida causa repúdio e afastamento de outras pessoas, sendo concebida como algo contagioso. Os idosos relataram sofrimento e tristeza com os olhares, os comentários e o afastamento dos amigos. Percebe-se que esse sofrimento está muito mais associado ao preconceito e, consequentemente, afastamento das pessoas de seu convívio social, do que pela própria existência da ferida. Conclusão: é nítido como as relações sociais desses idosos são comprometidas. A sociedade os segrega e os exclui do convívio social. Acredita-se que conhecer as repercussões sociais vivenciadas por esses idosos ajudará os profissionais de saúde a subsidiar o planejamento do cuidado de forma a prestar um atendimento integral, interdisciplinar e que auxilie esses idosos a enfrentar as adversidades e o estigma social provenientes do conviver com uma ferida crônica.

Palavras-chave


Idoso; Úlcera Varicosa; Estigma Social

Referências


1.Carvalho ESSC. Viver a sexualidade com o corpo ferido: representações de mulheres e homens. 2010. 255f. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem da UFBA, Salvador, Bahia, 2010.