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Com as influências da Reforma Sanitária e Reforma Psiquiátrica brasileira viemos acompanhando a desconstrução de modelos hegemônicos de tratamento medico centrados e hospitalocêntricos e uma mudança no paradigma de cuidado que acontece de maneira descentralizada. A atividade de cuidar nessa perspectiva se amplia sendo necessário repensar modelos já estabelecidos de cuidado em saúde considerando a inseparabilidade entre saberes formalizados e saberes da experiência. Este estudo busca analisar o conceito ‘Atividade’ como base para compreender como vem acontecendo a atividade de construção do cuidado na formação de profissionais de saúde que se preparam para exercê-lo. Interessa-nos entender em que medida a atividade de formação do cuidado pode cuidar destes que fazem parte do processo ensino-aprendizagem em saúde, sejam eles alunos, professores, instituição. O conceito de atividade aqui ganha destaque tendo como base os estudos sobre atividade em terapia ocupacional e em clínica da atividade. Busca-se o entrecruzamento destas duas maneiras de abordar o conceito para nos ajudar apensar a atividade de cuidar. Seguimos também a análise institucional de RenéLourau entendendo as práticas enquanto campos de intervenção e análise. Compreendemos atividade enquanto capacidade que todos nós temos de ação e reação em nosso ambiente. Isso se aproxima de outra concepção de mundo como algo sempre em processo, não estando já construído previamente. Sujeito e mundo co-emergem de uma mesma experiência vivida no corpo. A atividade se coloca aí como reguladora e promotora de vida. Segundo essa perspectiva a atividade de cuidado se dá na medida em que se propõe acompanhar processos que permitam a ampliação das potências do viver atingindo tanto aquele a quem se direciona o cuidado como também cuida do cuidador. Desta forma a atividade de formação do cuidado em saúde somente se realiza quando no processo ensino – aprendizagem é possível desconstruir saberes instituídos que ainda centralizam práticas em saúde de maneira hierarquizada. Valoriza-se assim a diversidade de saberes tanto daquele que aprende quanto daquele que ensina o cuidado. Apostamos nesta atividade de cuidar que não se localiza em determinadas formas de saber em detrimento de outras, o que permite seu exercício como analisador de práticas instituídas e naturalizadas no cotidiano, seja nos espaços de formação, seja nas variadas intervenções nos territórios da clínica.

Atividade; cuidado; formação