Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
INTEGRAÇÃO DA REDE DE SAÚDE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Ana Paula Azevedo Hemmi, Renata Cristina Ramalho Silva

Resumo


As ações e serviços de saúde estão organizados em redes de atenção regionalizadas e hierarquizadas, de forma a garantir o atendimento integral à população e a evitar a fragmentação das ações em saúde. Mas para que isso aconteça é fundamental a existência de um sistema de informação eficiente, além do envolvimento dos profissionais de saúde para operar este sistema. Sabe-se, pois, que ainda é precário a forma de comunicação entre serviços de saúde, que se utilizam de instrumentos como impressos ou telefone para realizar algum tipo de encaminhamento aos demais níveis de atenção. Considerando esses aspectos, a presente pesquisa objetivou compreender e analisar como os profissionais da Atenção Básica entendem o sistema de referência e contra referência de usuários da rede de saúde do município de Diamantina-Minas Gerais, além de identificar os principais obstáculos para que este sistema funcione. O cenário deste estudo foi o município de Diamantina, Minas Gerais, que possui 12 unidades de Atenção Primária em Saúde, duas unidades de atenção secundária e dois hospitais responsáveis pela atenção terciária. A escolha deste cenário se deu pela importância do sistema de referência e contra referência para este município que é sede de macro e microrregião de saúde. Até o presente momento, foram entrevistados nove profissionais de saúde, sendo sete enfermeiros e dois médicos. A partir de uma pré-análise das entrevistas realizadas, é possível perceber que os profissionais consideram como obstáculos a falta de contra-referência dos usuários que são encaminhados aos níveis secundários e terciário de atenção à saúde, dificultando o acompanhamento do usuário ao longo do tratamento por ele realizado. Para os entrevistados, não há conhecimento dos profissionais dos outros serviços de saúde sobre a importância de contra-referenciar os usuários, fazendo com que o “paciente se perca no seu tratamento”. Como perspectivas de melhoria para a comunicação entre os níveis de atenção, os profissionais acreditam ser importante a conscientização no preenchimento do impresso adotado para referenciar e contra-referenciar o usuário, além da necessidade de se adotar o prontuário eletrônico em rede. A partir dos resultados encontrados, percebe-se a necessidade de se trabalhar o envolvimento e comunicação dos profissionais e entre esses e os gestores para que o caminhar do usuário ao longo da rede de atenção à saúde seja mais integrado.

Palavras-chave


atenção à saúde; assistência integral à saúde; comunicação em saúde.

Referências


FRATINI; Juciane Rosa Gaio, SAUPE; Rosita, MASSAROLI; Aline . Referência e contra-referencia na integralidade em saúde. Ciência, Cuidado e Saúde 2008. Jan/Mar. 7(1):065-072.

JULIANI, Carmem Maria Caspel Monti; CIAMPONE, Maria Helena Trench. Organização do sistema de referência e contra-referência no contexto do Sistema Único de Saúde: a percepção de enfermeiros. Revista da Escola de Enfermagem da USP, vol. 33, nº. 4, pág. 323-33, Dezembro, 1999.

MINAYO, M.C.S. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9.ed. São Paulo: Hucitec, 2006. 406p.

SERRA, Carlos Gonçalves e RODRIGUES, Paulo Henrique de Almeida. Avaliação da referência e contrarreferência no Programa Saúde da Família na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RJ, Brasil).Ciênc. saúde coletiva. Nov 2010.Vol.15, suppl.3, p.3579-3586. ISSN 1413-8123.