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Introdução: Atualmente, importantes desafios são continuamente vivenciados pelos profissionais de saúde mental no cuidado do dependente químico e suas famílias que, geralmente, demonstram-se comprometidas, expressando, de igual forma, importante sofrimento psíquico. A complexidade que envolve a etiopatogenia da dependência química (DQ) é multidimensional e necessita de saberes interdisciplinares na consolidação de uma prática com maiores possibilidades de sucesso. Objetivos: Analisar a resposta terapêutica, numa perspectiva intersetorial, do cuidado ao dependente de álcool e outras drogas no CAPS AD. Metodologia: Estudo de caso que descreve o percurso terapêutico de um usuário de álcool e crack, sexo masculino, 42 anos, envolvendo a interface com período de internação em uma comunidade terapêutica, em Pacajús-CE. Resultados: Através de discussões realizadas em sessões clínicas, observamos significativa resposta na construção e acompanhamento do projeto terapêutico singular, tanto no que se refere à proposta do cuidado na perspectiva da Saúde Mental Coletiva, com o processo da Reforma Psiquiátrica, quanto ao período de internação numa clínica de recuperação. Conclusões: Através do caso “Leo”, desafios à pesquisa interdisciplinar, circunscrevendo a dimensão da ascese espiritual, se faz necessário. A análise de sua biografia, enredos e vicissitudes de um sistema familiar disfuncional, nos remete, profissionais da saúde mental, à necessidade de uma melhor compreensão do campo das dependências, que transcende a moldura biomédica positivista, enquanto modelo hegemônico de cuidado, sobretudo no que tange aos aspectos simbólicos transgeracionais da clínica dos excessos e compulsões.

comunidade terapêutica; caps ad; dependencia quimica