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QUINTA-FEIRA DA ALEGRIA: A EXPERIÊNCIA DE UMA RESIDENTE DE SAÚDE MENTAL COLETIVA EM UM GRUPO INTERDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO
Resumo
Caracterização do problema: Este trabalho faz referência a uma experiência vivenciada na residência de saúde mental coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do trabalho enquanto residente no campo da educação no setor de inclusão e diversidade na Secretária Municipal de Educação no município de Novo Hamburgo. O grupo interdisciplinar foi realizado no período letivo do ano de 2013 em uma escola no interior do município com uma turma do segundo ano. Este grupo foi desenvolvido por duas professoras da rede municipal, sendo uma delas a professora da turma, a outra uma professora da sala de recursos multifuncional e a enfermeira residente de saúde mental coletiva. Esta proposta de trabalho interdisciplinar na inclusão na qual a residência se insere no setor da inclusão e diversidade vem sendo desenvolvida pelas assessorar do setor em busca de um trabalho que alcance um olhar cheio de potências e belezas aos alunos de inclusão nas turmas, nas escolas e nos projetos de vida. Descrição da experiência: O grupo intitulado pela turma como “Quinta-feira da alegria” ocorreu semanalmente com atividades que fossem ao encontro do que estava sendo trabalhado no planejamento da professora da turma. As organizações das atividades foi feita com a contribuição das três profissionais, provendo adequações para que se pudesse trabalhar de forma lúdica e atrativa os conteúdos tendo como finalidade o reconhecimento por parte dos alunos da importância de convivência e interação com todas as diferenças que habitam a escola. Dentre as atividades propostas tivemos produções com argila, piqueniques, plantação de girassóis, teatro de fantoches, contação de histórias com mascaras, momentos de desenho, momentos de produções escritas entre outras. Salienta-se que em todas as ações propostas buscou-se trabalhar com a importância de se valorizar todas as potencialidades vivenciadas na diversidade encontrada na escola, incluindo assim os alunos da inclusão, seus percursos na produção de vida neste espaço e a contribuição na formação de alunos com outro olhar e vivência. Efeitos alcançados: Considera-se aqui todo o envolvimento da turma nas atividades da “Quinta-feira” da alegria, bem como os avanços reconhecidos na aprendizagem de do grupo, além do maior interação e respeito entre os colegas, possibilitando que a voz de todos possa ecoar nas produções do espaço escolar, salientando o quanto todos somos capazes e cheios de potências e belezas que sobressaem-se a partir da sensibilidade e delicadeza de um olhar para o sujeito no coletivo e para o coletivo na interação com o sujeito. Considera-se também de extrema relevância o aprendizado e formação profissional enquanto residente de saúde mental coletiva, onde tem-se ultrapassado as barreiras e chegado a intersetorialidade material atuando no espaço escolar de forma interdisciplinar na construção de projetos de vida permeados pela diferença e singularidades buscando a o fim do apagamento e das segregações sociais. Recomendações: Enquanto educação inclusiva espera-se que se possa ser cada vez mais experimentado este modo de fazer interdisciplinar na educação, principalmente na perspectiva de formação de cidadãos que dialogam com as diversidades que habitam os espaços sociais, além da oportunidade de ofertar o olhar aos sujeitos cheios de potências e belezas que fazem parte da escola. Em relação a formação profissional enquanto residente de saúde mental coletiva este trabalho demonstra as múltiplas possibilidades de inserção dos residentes no fazer em saúde mental, proporcionando aprendizados que vão ao encontro das políticas públicas ao atuarem de forma intersetorial e nos territórios vivos.
Palavras-chave
Interdisciplinariedade;Educação;Formação