Resumo
Saúde e interculturalidade são categorias quase inseparáveis nos multiculturais países das Américas. Mais e mais se torna fundamental pensar não só a saúde, mas todas as dimensões da vida em termos de interculturalidade, ou seja numa situação na qual o diálogo e o respeito pelos saberes de todos seja praticado e estimulado. Particularmente na Bolívia e no Brasil, a articulação entre saúde e interculturalidade se desdobra das reflexões sobre as relações entre os extraordinários sistemas de cuidado e particularmente de autoatenção elaborados e vividos por grupos e populações constituídas diferentemente, e o sistema que poderíamos chamar de saúde oficial, estruturado por princípios da biomedicina, biologicista e alopática.
Recentemente participei de seminário na Bolívia que discutiu estas questões em vista da preocupação em criar mecanismos de diálogo e articulação entre a chamada biomedicina e a chamadas medicinas tradicionais. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de intercâmbio com colegas pesquisadores e pesquisadoras, autoridades e agentes de saúde que participaram do evento.