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A criação do SUS defende pensar integralidade como a integração de serviços por meio de redes assistenciais, ou seja, articular ações de alcance preventivo com a assistência. Imaginamos, portanto que a integralidade começa pela organização dos processos de trabalho na atenção básica. Considerando-se o trabalho como atividade fundamental na atualidade, deve-se pensar na sua relevância para a saúde dos indivíduos, que organizam sua vida em função dele. O cuidado à saúde do trabalhador nos serviços de saúde pública no Brasil é recente, pois a assistência à saúde da população trabalhadora era atribuição das empresas e da Previdência Social. Com a Política Nacional de Saúde do Trabalhador a integralidade na atenção à saúde pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção, onde muitos desafios são postos aos profissionais de saúde, alguns grandes e urgentes, como a necessidade de compreender a relação entre as questões de saúde e a vida dos usuários, que inclui desde sua trajetória pessoal, as questões familiares, educacionais, subjetivas e também aquelas relacionadas ao trabalho ou à ausência dele. Diante do exposto, faz-se necessário a inclusão de ações de atenção a este público, não como mais uma atribuição da atenção básica e sim como um componente do cuidado integral ofertado por esta, através da formação de profissionais de saúde que atuam em unidades básicas de saúde e Núcleos de Apoio, através de seminários, facilitando o reconhecimento, por parte desses profissionais, de que o trabalho pode causar problemas de saúde, de modo a incluir essa visão na prática profissional e disseminar o preconizado na Política de Atenção a Saúde do Trabalhador no Brasil. Atividades de educação em saúde com grupos de sindicalistas, cooperativas de trabalho e com membros das CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes), grupos com trabalhadores que buscam assistência nas Unidades Básicas de Saúde ou, ainda, em atividades voltadas para a população em geral com o objetivo de discutir a relação trabalho/saúde-doença, como a promoção de debates públicos, rodas de conversa nas empresas e/ou unidades de saúde e participação em eventos que envolvam diretamente trabalhadores dos diversos segmentos no município.

Saúde do Trabalhador; Integralidade; Atenção Básica;