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O presente trabalho objetiva relatar a experiência da Residência Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva (RMSMC) do Programa de Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública do Ceará como dispositivo de educação permanente em saúde inserida em cinco municípios cearenses. O programa tem por finalidade formar/ativar atores, processos técnicos e políticos por meio da interiorização da Educação Permanente em Saúde, na perspectiva de contribuir para consolidação dos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira e para o fortalecimento das redes de atenção à saúde. A RMSMC baseia-se e conduz suas atividades a partir dos pressupostos da Luta Antimanicomial, da Reforma Psiquiátrica Brasileira e do SUS, considerando as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental. Esse programa de formação adota a concepção de saúde mental coletiva, por entender que a formação em saúde mental inspirada na desinstitucionalização, nos provoca a dialogar com conhecimentos e atuar com práticas no campo das práticas sociais, dos serviços de saúde e outras políticas públicas que fazem interface com a saúde mental. Os princípios como a superação do hospital psiquiátrico, o respeito à cidadania, à singularidade e o combate às práticas manicomiais nas instituições e nas relações sociais orienta todas as modalidades de aprendizagem, sejam elas as práticas, as teóricas-conceituais e teóricas-práticas. Nesse sentido, os cenários de prática eleitos para o desenvolvimento das atividades, foram àqueles pertencentes à rede de atenção psicossocial, de caráter extra-hospitalar e de base comunitária. Participam do programa de RMSMC cinquenta e três residentes, organizados em equipes multiprofissionais, com as seguintes categorias: Educação Física, Psicologia, Serviço Social, Enfermagem e Terapia Ocupacional. Em oito meses de desenvolvimento do programa, pôde-se perceber alguns avanços e desafios para uma formação em serviço, dentre eles, o fortalecimento do cuidado no território, implementação de novos serviços, novas reflexões sobre o fazer profissional, mudanças nas dinâmicas da equipe do serviço e da gestão. Os desafios identificados são: a integração com os serviços de saúde, a formação de preceptores, a construção de projetos político pedagógicos das RMS, o financiamento das RMS e estratégias de avaliação e acompanhamento.

educação permanente, residência multiprofissional, saúde mental coletiva