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REFLEXÕES SOBRE A INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL NA FORMAÇÃO EM SAÚDE NO BRASIL
Resumo
O Movimento Estudantil (ME) contribuiu em diversos momentos políticos importantes na história do Brasil. Um dos campos políticos em que o ME se engajou foi o da saúde. Especificamente, dentro do movimento sanitário que nas décadas de 70 e 80. Até hoje os movimentos sociais da saúde discutem a formação em saúde, que seja comprometida com as necessidades do povo. Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a influência do movimento estudantil na formação em saúde no Brasil, dialogando com as discussões de dois espaços de atuação contemporâneos no campo das lutas sociais por saúde: as executivas de curso e coletivos de educação popular em saúde. O percurso metodológico deste trabalho é o da observação participante, os autores militam nos referidos movimentos sociais da saúde. A discussão sobre formação em saúde nas executivas de curso é bastante diversa. Em síntese, estabelece uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. Entretanto, há críticas às diretrizes curriculares nacionais, quanto ao aspecto da capacidade de flexibilidade na formação, encarando como uma adequação à precarização do trabalho invés de uma formação comprometida politicamente na organização de sua categoria e na sociedade. Analisando as críticas, podemos perceber que o nível de aprofundamento das teses é determinada pela capacidade de organização política interna que preze por uma continuidade dos acúmulos políticos nas diversas conjunturas internas e externas. No movimento de educação popular é discutido a formação em saúde articulada com os movimentos sociais e as organizações populares utilizando perspectivas educativas mais participativas, humanísticas e críticas em seu desenvolvimento e formas de organização. Dessa forma, tem contribuído com um comprometimento ético-político e ressignificante do ME. Um dos cenários de prática é a extensão popular, orientada pelos referencias da educação popular e comprometida na luta contra-hegemônica, que se depara numa universidade encharcada de contradições e busca desenvolver esforços educativos críticos e libertadores no âmbito da formação universitária. Nesta direção, a participação em movimentos sociais e estudantis vem oportunizando os estudantes aperfeiçoarem sua noção de cidadania e territorialidade incentivados pelo protagonismo nas lutas sociais na comunidade em que vivem.
Palavras-chave
Movimento Estudantil; Educação Popular; Saúde