Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROMOÇÃO DA SAÚDE COM ADOLESCENTES CONTRA O HPV: SEXUALIDADE E CUIDADOS PREVENTIVOS
Patricia Pimentel Alves, Silvana Maria Caetano Tomás, Jarbas Osterno Vasconcelos, Letícia Amélia Gonçalves Bastos, Kilvia Maria de Oliveira Carneiro, Izabelle Mont’alverne Napoleão Albuquerque

Resumo


Introdução: Dentre as doenças sexualmente transmissíveis (DST) que mais acometem a população, sem dúvida o Papilomavírus humano (HPV), representa uma das infecções mais comuns, atingindo homens e mulheres, sendo responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero na faixa etária entre os 25 e 60 anos, sendo o contágio no início da vida sexual na adolescência. Fatores biológicos, falta de informação e conceitos equivocados, facilitam a transmissão de doenças sexuais na adolescência. A atuação do profissional junto ao grupo vem se configurando como objeto da assistência de Enfermagem através do Programa Saúde na Escola (PSE).  Segundo Paulo Freire, a escola é um lugar de trabalho, de ensino e aprendizagem, porque a escola é o espaço privilegiado para pensar. Objetivo: Promover ações de educação voltadas à saúde de adolescentes contra o HPV, interligando sexualidade e cuidados preventivos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Utilizando-se da pesquisa-ação para o seu desenvolvimento. Este projeto foi desenvolvido com estudantes do ensino médio da Escola Pública, no Município de Sobral/CE. A coleta de dados foi realizada em três momentos: no primeiro momento foi realizado um diagnóstico de conhecimento prévio, na qual foi aplicado um questionário semiestruturado, anônimo, com perguntas gerais sobre sexualidade e HPV. No segundo momento, realizamos atividades de cunho educativo com uma explanação baseada no diagnóstico inicial, com auxílio de ilustrações e áudio/vídeo, orientações expositivas e uma roda de conversa, finalizando no terceiro momento, com um teste de fixação de conhecimento, para fins de análise comparativa e obtenção dos resultados. Este trabalho se realizou de acordo com a resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: Os resultados foram sistematizados em 6 categorias: Conhecimento sobre HPV, fontes de informações sobre sexualidade, comportamento familiar sobre sexualidade, orientação sexual no serviço de saúde, difusão de informações sobre HPV e sexualidade e educação em saúde. Todos os adolescentes da pesquisa apresentaram conhecimentos básicos sobre sexualidade, porém, cerca de 57,5 não conheciam a temática. Dentre as fontes de informação sobre sexualidade, tinham a família, amigos, escola e internet como meio informativo, sendo o último de maior contribuição de acesso a informações. O acesso ao serviço de saúde era bastante restrito, cerca de 76,6 não procuram o serviço de saúde para orientações sexuais, justificando ser por repressão familiar e social, acomodação, vergonha, ou por acharem desnecessário, identificando a fragilidade assistêncial na saúde do adolescente. Após as intervenções, os adolescentes apresentavam um conhecimento relevante sobre HPV, sendo satisfatórios os efeitos advindos das ações educativas. Conclusão: Constatou-se uma fragilidade dos serviços de saúde com atenção a saúde do adolescente, além da vulnerabilidade exposta este público com o vírus do HPV, facilitada pela falta de conhecimento dos mesmos. Os jovens se mostraram instigados e interessados quando a abordagem está voltada para aspectos relacionados a saúde sexual, sendo um fator potencial para oportunizar outros momentos em educação em saúde. A realização deste estudo evidenciou a efetividade de ações em educação em saúde, sendo uma ferramenta que pode abranger qualquer espaço e qualquer temática, assim seja a necessidade dos sujeitos envolvidos.

Palavras-chave


Educação em saúde, HPV, adolescente

Referências


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