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O relato em questão surge a partir de um caso clínico vivenciado pela equipe de residentes da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), despertando na equipe a promoção de um cuidado integral, atuando e pondo em prática os princípios da integralidade, intersetorialidade e interprofissionalidade. Fazendo o uso de ferramentas como a Clínica Ampliada, no objetivo de colaborar da melhor forma na resolutiva do caso, com intervenções de outros profissionais, buscando aprimorar os conceitos e práticas assistenciais para a produção do cuidado ao paciente. O olhar ampliado nos mostra a necessidade de colocar as informações de forma apurada, elencando fragilidades do caso, reavivando potencialidades, e adentrando a história do paciente, nos atores envolvidos e nas situações pertinentes, por meio da construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS), este que nos possibilita reorganizar os fatos, e compartilhar o cuidado. O caso ora estudado foi de uma idosa, 64 anos, de uma Unidade Básica de Saúde do município de Horizonte, repassado pela agente comunitária de saúde a partir de uma identificação de demanda assistencial, no qual foram acionadas as assistentes sociais e psicóloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), contudo, após conhecimento da realidade da usuária o cuidado foi ampliado para toda a equipe de apoio, sendo esta composta ainda por nutricionista e fisioterapeuta, e para os profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A senhora em questão apresentava uma grande demanda de fala e em seu discurso vimos emergir além de demandas afetivas e sociais, uma série de necessidades clínicas, requerendo uma atenção multiprofissional. A realização do PTS para a organização do cuidado da idosa possibilitou que todos os profissionais envolvidos tivessem ampla visualização das linhas de cuidado e atuassem em conjunto. Desse modo, compreendemos a importância do cuidado ser descentralizado, ou seja, diluído em uma equipe interprofissional, e em suas dimensões assistenciais (através do cuidado ao usuário) e técnico-pedagógicas (através do apoio a equipe de referência) ampliam o cuidado à idosa, possibilitando ainda a expansão da visão dos profissionais para outros campos de conhecimentos técnicos e outras dimensões do usuário. A partir dessa concepção de saúde ampliada, compreendemos o sujeito como multifacetado, ativo no processo terapêutico, tomando decisões e chegando a um diagnóstico compartilhado.

Saúde da família; Clínica Ampliada; NASF