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A avaliação das experiências de reorientação da Atenção Básica a partir da incorporação de aspectos como integralidade, humanização do atendimento e participação popular tem apontado a necessidade de repensar a formação em saúde. Os questionamentos sobre os limites da biomedicina como paradigma da formação e os impactos de um ensino que reproduz práticas centradas em procedimentos e não em cuidados em saúde, colocam em cheque as atuais estratégias de formação. Este trabalho objetiva apresentar uma experiência pedagógica pautada na construção de portfólios das atividades do Estágio obrigatório de Nutrição em Saúde Coletiva (ENSC/UERJ) na Estratégia de Saúde na Família e Programa de Saúde na Escola vivenciada com graduandos em nutrição no segundo semestre de 2013, em bairros da zona norte do município do Rio de Janeiro. O portfólio é um instrumento pedagógico que permite avaliar a qualidade de ensino-aprendizagem através da apresentação cronológica de trabalhos e relatos de campo realizados durante o estágio. Destina-se ao registro reflexivo e crítico acerca de aprendizados, reflexões, dúvidas e pesquisas realizadas pelo estudante, visando o aprimoramento de competências, atitudes e conhecimentos teórico-práticos. Cada um dos 25 acadêmicos registrou suas experiências por meio de Diários Reflexivos que foram regularmente entregues e discutidos com os professores responsáveis pela supervisão. Ao final do estágio estes Diários foram reunidos em um Portfólio composto por: capa, sumário, apresentação, diários reflexivos, avaliação das atividades, auto avaliação e anexos. Esta estratégia pedagógica incluiu a realização de dois encontros reflexivos: no início do estágio para apresentação da proposta e no meio para partilha e reflexão das experiências entre os grupos. O portfólio constituiu-se em atividade obrigatória e individual, contudo algumas de suas partes foram construídas a partir das reflexões coletivas acerca das vivências no território. Percebeu-se uma resistência inicial dos estagiários com relação ao registro sistemático e crítico das práticas que no decorrer do período vai sendo quebrado na medida em que percebem a capacidade de expressar angústias, dúvidas e descobertas sobre a atuação no SUS. Os relatos inicialmente descritivos e formais foram ao longo do período substituídos por registros mais reflexivos, próximos e sensíveis à realidade dos usuários apontando desta forma o potencial deste instrumento pedagógico.

formação; estágio; Saúde da Família