Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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TERRITORIALIZAÇÃO: A EXPERIÊNCIA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ARACATI
Walerie Pinheiro Rocha

Resumo


Este trabalho tem como cenário a experiência da Residência Integrada em Saúde promovida pela Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS-ESP/CE), em específico a atuação no município de Aracati, distante da Capital do Estado, Fortaleza, cerca de 150km. Em um contexto de práticas e indagações, evidenciada pelas propostas de reformulação de práticas de saúde e da lógica da Educação Permanente em Saúde no âmbito da Estratégia Saúde da Família, objetivamos refletir sobre a experiência do processo de territorialização como promotor de ensino com o serviço, em conexão com as necessidades de saúde de dada comunidade. Esse processo foi protagonizado pelos residentes e preceptores com o advento da inserção da RIS no município citado. O conceito operador aqui trazido para o debate é o território, entendido não como espaço ou paisagem, mas como materialização da história, das relações econômicas, dos processos de trabalho e das diversidades da organização socioeconômica das sociedades. Nesse relato de experiência a metodologia utilizada para sistematização dos materiais qualitativos construídos foi do tipo descritivo-observacional por poder ser feita um acompanhamento dos fatos no momento em que estão ocorrendo e por poder ser feito no lócus de intervenção. A RIS é constituída por duas ênfases – saúde mental (SM) e saúde da família (SF) – e conta em seu quadro com 09 residentes e 07 preceptores na SM e 15 residentes e 09  preceptores, entretanto para fins desse trabalho será recortada a vivência da equipe SF e o relato escolhido diz respeito ao bairro do Pedregal por ser a equipe que foi acompanhada pela preceptora, uma das autoras do trabalho. A territorialização contou com as etapas de imersão na realidade municipal, inserção nas unidades de saúde, visitas institucionais, caminhadas comunitárias, entrevistas com pessoas chaves, sistematização de informações, oficinas de territorialização e atividades de planejamento participativo comunitário. Os principais dados achados no processo de territorialização foram em  relação à Fortaleza: composição da equipe ESF completa, Boa estrutura física, localização estratégica da Unidade de Saúde, presença da RIS ;Fraquezas: falha na organização do serviço ,não há trabalho em equipe, falta de fluxo de atendimento adequado no serviço, pouco vinculo com a comunidade, pouca articulação com as demais redes de assistência serviço de referência e contra-referência deficiente ausência de educação permanente em saúde; articulação com a gestão limitada, má utilização do espaço físico ;Oportunidades muitos equipamentos sociais, comunidade participativa, muitas pessoas chaves no território ,disponibilidade dos profissionais existentes das diversas instituições existentes no local, Existência do rio Jaguaribe como recurso financeiro, Forte organização comunitária Forte organização política; Ameaças: Violência predominante no território, Alto índice de consumo de álcool, crack e outras drogas, Lixo como promotor de doenças no território (Lixão), e as ações referenciadas pela comunidade foram: encontro com as gestantes para troca de experiências e esclarecer dúvidas ,orientações sobre cuidados com o RN, Planejamento Familiar, e outro momento com os hipertensos e diabéticos para aferir PA, Glicemia e tirar dúvidas com os medicamentos. Apontamos, assim, que a territorialização, como ato cotidiano do trabalhador da saúde, nesse caso o residente e preceptor em estudo, inserido na realidade, atua como instrumento promotor de mudanças de práticas em dada dinâmica comunitária quanto à saída gradativa para fora dos próprios Centros de Saúde, promovendo transformação do lócus de atuação, transposto do indivíduo para a realidade em que acontece a vida nos territórios-vivos, sugerindo para os próprios profissionais do serviço outro modo de atuação.

Palavras-chave


Residência Multiprofissional, saúde da família

Referências


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