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Introdução: O consumo de substâncias psicoativas é uma característica comum nas populações da maioria dos países, inclusive as do Brasil, sendo o tabaco e o álcool as mais utilizadas. Muitas variáveis (ambientais, biológicas, psicológicas e sociais) atuam simultaneamente para influenciar a tendência de qualquer pessoa vir a usar drogas e isto se deve à interação entre o agente (a droga),o sujeito (o indivíduo e a sociedade) e o meio (os contextos sócio-econômico e cultural). O crack é uma das principais causas de busca de atendimento entre usuários de drogas ilícitas, é uma droga com fortes propriedades estimulantes e que mais motiva o usuário a buscar tratamento, ainda que não seja mais consumida, revela o impacto pessoal familiar dessa dependência. Sua utilização produz uma euforia de grande magnitude e de curta duração, seguida de intensa fissura e desejo de repetir a dose. O grupo iniciante consumidor da droga possui um perfil jovial. Em estudo realizado no município de São Paulo, detectou que aumentou o número de usuários a partir de 1989, com isso os serviços ambulatoriais começaram a sentir o impacto do crescimento do consumo. Atualmente, o tratamento prioriza a desintoxicação, a redução de danos e o retorno ao convívio social. Objetivo: Conhecer as demandas da mulher usuária de droga em tratamento de serviço de saúde mental. Método: Trata-se de um caso clínico, desenvolvido em um Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas, localizado no município de Fortaleza, Ceará, com uma mulher em uso abusivo de drogas psicoativas, com 28 anos, solteira, em situação de rua por dois anos. Os dados foram coletados através da técnica de entrevista durante uma consulta de enfermagem, seguindo-se um roteiro semiestruturado contendo perguntas fechadas e abertas. Resultados: no discurso da participante destacaram-se aspectos como a vulnerabilidade social da mulher usuária de drogas, a vivência de violência psicológica e física, a prostituição para a aquisição de drogas, a exposição em virtude da situação de moradia de rua, prostituição, as dificuldades no acesso ao tratamento da dependência química, o preconceito relacionado ao fato de ser usuária de psicoativos e a falta de abordagem das questões de gênero por parte dos profissionais do serviço de saúde. Conclusão: Foi perceptível o fato de que as características sociodemográficas da participante a tornaram vulnerável ao uso de drogas, às dificuldades em acessar e permanecer no tratamento em serviço especializado. O abuso das mais variadas substâncias (álcool, tabaco, cocaína, maconha, crack e psicotrópicos) trouxe várias demandas para o cuidado da participante, relacionados com prejuízos sociais (moradia de rua, desemprego), legais (detenções), interpessoais (conflitos familiares) e de saúde (doenças sexualmente transmissíveis, aborto e acidentes). Ressalta-se a importância no tratamento de casos de dependência química e a adaptação do mesmo às especificidades da mulher.

Drogas;dependência química;crack