Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CLÍNICA COMUM E TRABALHO ENTREPROFISSIONAL: DO QUE FALAMOS? QUE EFEITOS PRODUZEM?
Sidnei Jose Casetto, Mauricio Lourençao Garcia, Angela Aparecida Capozzolo, Rosilda Mendes, Virginia Junqueira

Resumo


Este trabalho se propõe a discutir as noções de clínica comum e de trabalho entreprofissional que temos esboçado no percurso da experiência de formação conjunta de diversas áreas profissionais - Educação Física, Nutrição, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Serviço Social - em curso no campus Baixada Santista desde 2006. Nessa experiência que envolve estudantes, docentes e equipes de diversos serviços, observamos que essas noções dizem respeito ao que acontece nos encontros entre diferentes na perspectiva de produzir saúde e cuidado. Podemos dizer são experiências da prática cotidiana das equipes de saúde, embora pouco reconhecidas e nomeadas. O interesse em investigar essas ações vêm do impacto que parecem produzir na qualidade do cuidado prestado, e na ampliação das possibilidades de intervenção neste campo. A racionalidade científica recorta a vida e cria um objeto para intervenção e, consequentemente, uma identidade profissional para aquele que vai se ocupar desse objeto, materializando suas lógicas em dispositivos de implantação de redes de poderes sobre o objeto, através de corporações jurídicas e científicas. No entanto, saúde, doença e cuidado não pertencem a nenhuma área profissional, atravessam sem constrangimentos as fronteiras delimitadas das identidades profissionais. Nesta proposta de formação guiamo-nos por certa concepção de clínica que não se restringe a de uma determinada área profissional, tampouco a um conjunto de saberes e fazeres disciplinados e disciplinadores, mas uma clínica que ao interrogar as práticas profissionais calcadas exclusivamente nas identidades e especificidades, faz emergir um campo comum resultante dos encontros, das singularidades e acontecimentos. Mas como acontece este diálogo de modo a se produzir tal resultado? Que consistência conceitual teria esta prática que se faz pela combinação de campos disciplinares epistemologicamente distintos? E para que(m) vale a pena avançar nesta proposta entreprofissional? Tais questões serão abordadas neste trabalho por meio da discussão sobre os conceitos de clínica e de comum, e de nossa experiência de formação em saúde.