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Desde 2009, o Projeto Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina- Fiocruz trabalha a construção e implantação coletiva de uma agenda estratégica territorializada para a promoção da qualidade de vida e da sustentabilidade econômica solidária nas comunidades tradicionais de áreas protegidas do Mosaico Bocaina. Dentre as atividades se destacam o apoio ao Fórum de Comunidades Tradicionais do Mosaico da Bocaina em ações conjuntas em espaços transdisciplinares (comunidade, gestores, pesquisadores e alunos) na avaliação de efetividade de territórios sustentáveis e saudáveis; tecnologias sociais; e educação ambiental territorializada. Este projeto opera na lógica das parcerias em rede onde o curso de Saúde Coletiva/UFRGS e a Rede Unida são apoiadores desde 2012. Essa oportunidade de vivenciar as diversas ações do projeto serviu como laboratório de formação fortalecendo conceitos de promoção da saúde vistos na academia. Dentre eles o planejamento estratégico participativo é essencial para destacar as pautas e elencar ações chave a serem desenvolvidas. O aspecto de construção coletivas das atividades no empoderamento das comunidades do fórum acerca dos conhecimentos técnicos desencadeou um processo de educação permanente tanto para os pesquisadores acadêmicos como para esse esses importantes atores-pesquisadores chave da própria comunidade. Nesse espaço de aprendizagem foi perceptível a importância da diferenças dos tempos que operam no território. O tempo da comunidade, o dos pesquisadores, o dos gestores municipais e instituições. Durante esse período de parceria ficou marcada a importância de assegurar um território livre como elemento essencial de saúde e que a questão de saúde e ambiente vai muito além da preservação ambiental sendo necessários outros olhares como a ecologia dos saberes para fortalecimento de propostas sustentáveis. Como resultado dessa vivência, o fórum apoiou a iniciativa de realizar um VER- SUS diferenciado voltado para as comunidades do fórum atendendo as questões do território. O Projeto Bocaina tem um potencial de laboratório para a formação de sanitaristas, pois interage com a complexidade do tecido social e possibilita um espaço de interface entre os saberes acadêmicos e os do território.