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O ESPAÇO EKOBÉ E A FORMAÇÃO EM REDE COM A TERAPIA REIKI
Resumo
O espaço Ekobé desde 2005 realiza atividades de cuidado e formação protagonizadas por atores do movimento popular. Uma dessas práticas é a terapia Reiki cujo processo de formação em rede vem contribuindo para a sua inclusão na atenção básica e saúde mental em Fortaleza potencializando o cuidado e envolvendo atores populares trabalhadores gestores e estudantes. Este estudo objetiva refletir sobre o percurso desse processo formativo e detectar suas potencialidades e desafios para o fortalecimento da integração ensino serviço comunidade. A formação de Reiki no Ekobé se efetua a partir dos princípios pedagógicos educação popular partindo do conhecimento prévio dos educandos e considerando a amorosidade, o diálogo e a problematização. Uma das características do processos é o comprometimento dos educadores e educandos com a continuidade da formação e do cuidado no Ekobé e a inclusão dessa pratica nas unidades de saúde de onde proveem os trabalhadores. O encontro entre os vários atores amplia as possibilidades de encontro e compartilhamento entre os vários saberes. A vivencia com o Reiki possibilita o autocuidado e a pratica da meditação além da mudança de atitudes pautadas nos princípios filosóficos do Reiki que favorecem a busca da serenidade e da amorosidade. De forma autogestionada, foram formados 35 mestres em Fortaleza, que por sua vez fizeram a iniciação ao Reiki de mais de 250 pessoas que resultou na inclusão do Reiki em mais de 30 unidades de saúde da atenção básica, em 14 CAPS e em 02 hospitais, além das Ocas terapêuticas e do Ekobé. Um dos desafios se deveu ao fato da oca construída pelos indígenas ter sido demolida em função de que o espaço já tinha outra destinação no plano diretor da UECE. Outro desafio foi o acompanhamento dos reikianos tendo em vista a multiplicidade de locais de atuação e a inexistência de aporte financeiro para disponibilização dos mestres no acompanhamento da pratica dos novos reikianos. A formação pedagógica dos mestres também se revelou um desafio cuja estratégia de superação foi um processo formativo também solidário e autogerido. Um dos aspectos mais importantes desse caminhar foi o processo de construção compartilhada da metodologia, do aprender fazendo, da perspectiva solidária no trabalho e a ousadia de incluir esta prática no SUS mesmo antes do seu reconhecimento na PNPIC. O processo formativo em Reiki vivido no Ekobé tem se constituído vivencia de aprendizado para os que atuam como educadores e educando e tem produzido vínculos e comprometimentos consigo, com os outros e com o planeta.