Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O ESPAÇO EKOBÉ E A FORMAÇÃO EM REDE COM A TERAPIA REIKI
Cláudia Maria de Oliveira Baquit, Antônio Edvan Florêncio, Vera Lúcia de Azevedo Dantas, Mayana de Azevedo Dantas, Maria Oliveira Luz, Maria da Cruz Oliveira, Felipe Silveira da Costa, Rocemilda Alves Ramos

Resumo


O espaço Ekobé desde 2005 realiza atividades de cuidado e formação protagonizadas por atores do movimento popular. Uma dessas práticas é a terapia Reiki cujo processo de formação em rede vem contribuindo para a sua inclusão na atenção básica e saúde mental em Fortaleza potencializando o cuidado e envolvendo atores populares trabalhadores gestores e estudantes. Este estudo objetiva refletir sobre o percurso desse processo formativo e detectar suas potencialidades e desafios para o fortalecimento da integração ensino serviço comunidade. A formação de Reiki no Ekobé se efetua a partir dos princípios pedagógicos educação popular partindo do conhecimento prévio dos educandos e considerando a amorosidade, o diálogo e a problematização. Uma das características do processos é o comprometimento dos educadores e educandos com a continuidade da formação e do cuidado no Ekobé e a inclusão dessa pratica nas unidades de saúde de onde proveem os trabalhadores. O encontro entre os vários atores amplia as possibilidades de encontro e compartilhamento entre os vários saberes. A vivencia com o Reiki possibilita o autocuidado e a pratica da meditação além da mudança de atitudes pautadas nos princípios filosóficos do Reiki que favorecem a busca da serenidade e da amorosidade. De forma autogestionada, foram formados 35 mestres em Fortaleza, que por sua vez fizeram a iniciação ao Reiki de mais de 250 pessoas que resultou na inclusão do Reiki em mais de 30 unidades de saúde da atenção básica, em 14 CAPS e em 02 hospitais, além das Ocas terapêuticas e do Ekobé. Um dos desafios se deveu ao fato da oca construída pelos indígenas ter sido demolida em função de que o espaço já tinha outra destinação no plano diretor da UECE. Outro desafio foi o acompanhamento dos reikianos tendo em vista a multiplicidade de locais de atuação e a inexistência de aporte financeiro para disponibilização dos mestres no acompanhamento da pratica dos novos reikianos. A formação pedagógica dos mestres também se revelou um desafio cuja estratégia de superação foi um processo formativo também solidário e autogerido. Um dos aspectos mais importantes desse caminhar foi o processo de construção compartilhada da metodologia, do aprender fazendo, da perspectiva solidária no trabalho e a ousadia de incluir esta prática no SUS mesmo antes do seu reconhecimento na PNPIC. O processo formativo em Reiki vivido no Ekobé tem se constituído vivencia de aprendizado para os que atuam como educadores e educando e tem produzido vínculos e comprometimentos consigo, com os outros e com o planeta.