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A EDUCAÇÃO POPULAR E OS DIÁLOGOS COM FORMAÇÃO SOLIDÁRIA EM MASSOTERAPIA - A EXPERIÊNCIA DO ESPAÇO EKOBÉ E CIRANDAS DA VIDA
Resumo
O Ekobé delineado na interface entre a ANEPS, a UECE e as Cirandas da Vida - SMS Fortaleza, vem construindo um percurso que parte das potencialidades dos atores envolvidos e do agir solidário, concretizado em ações de cuidado e formação. Este estudo propõe-se a analisar o processo pedagógico do curso “Massoterapia e Educação Popular em Saúde, constituído no Ekobé e refletir sobre a contribuição do “saber de experiência feito” para a formação em saúde. O processo formativo realizado em 2013 e protagonizado ´pelos educadores populares do Ekobé e das Cirandas da Vida propôs-se a formar 20 massoterapeutas da rede municipal de saúde e atores dos movimentos populares. Sem nenhuma fonte de financiamento, os atores construíram uma proposta pedagógica com 260 horas aula que incluiu os conteúdos técnicos da massoterapia e temas relativos às bases pedagógicas da educação popular e de políticas de saúde. O processo incluiu socializações do aprendizado nos territórios produzindo cadernos pedagógicos em uma construção compartilhada dos animadores do processo alguns dos quais atuaram ao mesmo tempo como educadores e educandos exercitando uma práxis compartilhada na produção de um saber sobre cuidado que incorpora as experiências e contribuições das culturas locais. O diálogo dos trabalhadores e estudantes com essas concepções propiciou uma maior interação e compreensão das situações de crise vivenciadas pelas pessoas contribuindo assim para a “desmedicalização” e promoção da saúde. Revelou ainda a potência da educação popular com base nos círculos de cultura e nas vivências de cuidado evidenciando que ao ensinar se aprende e ao se aprender também se ensina. Desse modo a experiência vivida no Ekobé parece realizar o que Santos nomeia de ecologia de saberes possibilitando a produção de novos conhecimentos sob o protagonismo popular.