Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A EDUCAÇÃO POPULAR E OS DIÁLOGOS COM FORMAÇÃO SOLIDÁRIA EM MASSOTERAPIA - A EXPERIÊNCIA DO ESPAÇO EKOBÉ E CIRANDAS DA VIDA
Maria Oliveira Luz, Vera Lúcia de Azevedo Dantas, Antônio Edvan Florêncio, Elias José da Silva, Mayana de Azevedo Dantas, Francisco Josenildo Ferreira do Nascimento, Jair Soares de Sousa, Thyago Porto Castro, Claudia Maria de Oliveira Baquit

Resumo


O Ekobé delineado na interface entre a ANEPS, a UECE e as Cirandas da Vida - SMS Fortaleza, vem construindo um percurso que parte das potencialidades dos atores envolvidos e do agir solidário, concretizado em ações de cuidado e formação. Este estudo propõe-se a analisar o processo pedagógico do curso “Massoterapia e Educação Popular em Saúde, constituído no Ekobé e refletir sobre a contribuição do “saber de experiência feito” para a formação em saúde. O processo formativo realizado em 2013 e protagonizado ´pelos educadores populares do Ekobé e das Cirandas da Vida propôs-se a formar 20 massoterapeutas da rede municipal de saúde e atores dos movimentos populares. Sem nenhuma fonte de financiamento, os atores construíram uma proposta pedagógica com 260 horas aula que incluiu os conteúdos técnicos da massoterapia e temas relativos às bases pedagógicas da educação popular e de políticas de saúde. O processo incluiu socializações do aprendizado nos territórios produzindo cadernos pedagógicos em uma construção compartilhada dos animadores do processo alguns dos quais atuaram ao mesmo tempo como educadores e educandos exercitando uma práxis compartilhada na produção de um saber sobre cuidado que incorpora as experiências e contribuições das culturas locais. O diálogo dos trabalhadores e estudantes com essas concepções propiciou uma maior interação e compreensão das situações de crise vivenciadas pelas pessoas contribuindo assim para a “desmedicalização” e promoção da saúde. Revelou ainda a potência da educação popular com base nos círculos de cultura e nas vivências de cuidado evidenciando que ao ensinar se aprende e ao se aprender também se ensina.  Desse modo a experiência vivida no Ekobé parece realizar o que Santos nomeia de ecologia de saberes possibilitando a produção de novos conhecimentos sob o protagonismo popular.