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As Cirandas da Vida atuam no território da SR I desde 2005 na perspectiva de promover diálogos entre a gestão, o serviço e a comunidade. Neste sentido este trabalho tem como objetivo relatar a experiência vivida como ação das Cirandas da Vida em diálogo com o VERSUS (Vivencias e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde) no espaço de convivência Renascer da Esperança na Barra do Ceará que tem como principal foco de atuação o acompanhamento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, além do envolvimento de mulheres, em sua maioria mães das crianças que participam dos projetos ali desenvolvidos ou frequentadoras dos cursos de corte e costura, alfabetização de adultos e pro jovem adolescente. A metodologia desse estudo é o relato de experiência tendo como base os princípios da educação popular. Apesar da diversidade de ações que ali desenvolvemos, o foco deste relato está pautado em uma experiência desenvolvida com as crianças e que denominamos de Oficinas de Arte, Cultura e Saúde na qual foram desencadeados processos criativos em vivências onde a música, o cordel e a confecção de instrumentos com materiais recicláveis constituíram-se fios condutores transversalizando temas ligados às questões de saúde, ambiente, cidadania entre outros. O processo foi desencadeado com um círculo de cultura para identificar os temas e linguagens de interesse das crianças a partir do qual foram constituídos 03 grupos que desenvolveram com a linguagem do desenho, cantigas de roda e teatro o que gostavam e o que não gostavam em sua comunidade e quais seus sonhos em relação a ela. Nesse processo as crianças identificaram situações limite, como: má qualidade no atendimento à saúde; descaso com o meio ambiente e violência nas ruas. Estas foram integralizadas e problematizadas, a partir de escolha das próprias crianças, com a linguagem do teatro e da música. A criação artística foi reveladora de como as crianças compreendem em profundidade os problemas cotidianos, a reflexão sobre o lixo, o ambiente e a saúde. A vivencia com a música ajudou-as a perceberem a potencialidade do próprio corpo em seus diálogos com a respiração e o canto; dialogar com os sons da natureza e os da cidade gerando reflexões sobre como a de que “os sons da cidade são lamentos, gemidos, gritos e falam de doença e não de saúde. Por fim, a experiência foi reveladora da potência de trabalhar com a arte com crianças e com elas discutir saúde e suas conexões com o ambiente e a vida da comunidade.