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Este estudo consiste em um relato de experiência do PET Saúde Mental Álcool e/ou Outras Drogas, que tem como objetivo identificar e intervir na dinâmica das redes de cuidados dos usuários de uma unidade de atenção psicossocial, localizada na zona norte do Rio de Janeiro. Entendendo que o olhar ou o discurso sobre determinado sujeito produz acesso e/ou barreira às possíveis inserções no território onde este transita, utilizamos a metodologia do caso traçador, conforme artigo de Abrahão et al (s/d). O usuário A foi eleito como caso traçador, por possuir uma ampla rede de cuidados, com um longo histórico de tratamento psiquiátrico, uso de drogas, e por transitar por diversos serviços da rede como o CAPS, o Consultório na Rua e a Clínica da Família, tendo tido, nos últimos meses, várias internações psiquiátricas. A pouca frequência de A. no espaço do CAPS gerou a necessidade de uma intensificação do acompanhamento no território, e de acessar os atores envolvidos no seu cuidado, como agentes comunitários de saúde, familiares e pessoas da comunidade com quem A. faz laços significativos, como vizinhos e amigos. Desta forma, pode-se cartografar as relações estabelecidas por/com A. e ampliar a rede de cuidados e a forma de compreender (ver/falar sobre) o sujeito, visto que o mesmo deixa de ocupar apenas o lugar de um paciente com transtorno mental e usuário de drogas, passando a ser reconhecido como morador de uma certa localidade, que gosta de música e que tem uma vinculação importante com a atividade laborativa informal (serralheria). A aposta é que tal cartografia produzirá novas possibilidades de vinculação de A. no seu território.

Saúde Mental; Álcool e outras drogas; Território