Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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 OPINIÃO DOS USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SOBRE AS ORIENTAÇÕES RECEBIDAS PELOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
Ariane Alves Barros, Maria Vilaní Cavalcante Guedes, Denizielle de Jesus Moreira Moura, Larissa Vasconcelos Lopes, Letícia Lima Aguiar, Luciana Catunda Gomes de Menezes

Resumo


Introdução As mudanças sociais, culturais e políticas que ocorrem na sociedade humana afetam diretamente o estado de saúde da população, como a troca do modelo aonde havia dominância das doenças infectocontagiosas para onde há o surgimento e aumento constante das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Dentre essas DCNTS, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) merece destaque, pois ela é caracterizada pelo aumento e/ou descontrole dos níveis pressóricos dentro do organismo, exigindo a utilização de terapêuticas individuais no tratamento. O fato citado é preocupante e uma alerta para os profissionais ficarem atentos aos pacientes já acometidos pela HAS e, também, aos que apresentam os fatores de risco. O tratamento do paciente com DCNTs deve focar na mudança dos seus hábitos de vida, pois não basta apenas o modelo biomédico, que tem como prioridade a prescrição e transcrição de medicamentos, mas sim abordagens que envolvam fatores que interferem nas suas condições de saúde. Logo, é imprescindível que os pacientes tenham segurança nas informações repassadas pelos profissionais de saúde e assim, desenvolvam uma melhor compreensão acerca da sua doença e do tratamento que ele deve seguir.Objetivo Observar se os pacientes estão satisfeitos com as orientações recebidas pelos profissionais nas consultas das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Método Trata-se de um estudo transversal, de caráter exploratório e descritivo. O estudo foi iniciado e está sendo realizado em centros de saúde da família das seis Secretarias Executivas Regionais (SERs) em Fortaleza-CE. Sendo escolhidos por conveniência dois centros de saúde da família de cada Secretaria Executiva Regional (SER) localizada em Fortaleza-CE.A coleta de dados iniciou-se em março de 2013 e tem previsão de estar concluída em julho de 2014. A amostra é composta por 362 pessoas, mas até a formulação do trabalho foram entrevistadas 133 pessoas.A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista estruturada gravada mediante autorização das pessoas da amostra. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará onde foi avaliado e aprovado Processo Nº 177.060. A resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde também foi respeitada¹. Nesse trabalho preliminar, apresentamos os resultados por meio de frequência simples e percentual, discutindo-os à luz dos atuais estudos nacionais sobre hipertensão arterial. Resultados e discussão Houve prevalência do sexo feminino (85,71%), apontando o fato de as mulheres terem maior assiduidade aos serviços de saúde. Inclusive, os estudos expostos pelo Vigitel de 2011, em Fortaleza há um maior contingente de mulheres hipertensas 19,8% em comparação com homens hipertensos 14,3%².A idade dos participantes variou entre 45-60 anos (45,86%), podendo nos levar a observar que a presença da HAS é mais prevalente em pessoas mais velhas, visto que existe uma relação direta e linear do aumento da pressão arterial com a idade 3,4. Os pacientes afirmaram que a HAS pode ser controlada (90,97%), mas sentem medo de ter complicações (69,71%), pois acham que é uma doença séria (96,24%) e que pode matar (96,99%). Dentre as complicações mais apontadas, encontram-se o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) pois são doenças capazes de deixar sequelas incapacitantes e sociais nas pessoas acometidas ou até mesmo levar à morte. Pelo que podemos analisar, a severidade da doença foi percebida por muitos pacientes, pois eles associam a doença com a gravidade das consequências causadas por ela 5,6. Os pesquisados também acreditam que a HAS prejudica o indivíduo de outras formas diferentes, como na realização de suas atividades sociais, na vida familiar, no trabalho ou na situação financeira. Os pacientes consideram importante seguir o tratamento recomendado (100%), independente da quantidade de remédios prescritos (91,72%). Afirmando ainda que, gostam de receber as orientações dos profissionais de saúde (100%), tanto em relação à tomada de medicações (99,24%) quanto ao valor de sua pressão arterial (99,24%). Para Dela Coleta6, há um predomínio de crenças acerca da importância do tratamento para a saúde e a confiança nos profissionais de saúde, corroborando com os dados no presente estudo, no qual os pacientes afirmam que gostam das orientações ministradas pelos profissionais.E, através da análise das respostas dos pacientes, podemos inferir que as orientações ministradas pelos profissionais, durante as consultas ou até mesmo durante a realização de grupos de saúde, devem visar o cuidado integral ao paciente, dando-lhe condições para se tornar um sujeito ativo em seu tratamento, sendo capaz de manter sua pressão arterial sob controle e tendo oportunidade de viver mais e com uma melhor qualidade de vida. Conclusão Logo, podemos concluir que a ação dos profissionais na rede básica de saúde está conseguindo esclarecer o paciente acerca de sua doença, ofertando um tratamento integral e pleno, fazendo-o reconhecer a severidade de sua doença e a buscar novas alternativas que procurem mudar a sua qualidade de vida