Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REDIRECIONAR AS PRÁTICAS EM SAÚDE PARA ACOLHER O HUMANO: CUIDADO, RESOLUTIVIDADE E CIDADANIA
Kelen Gomes Ribeiro, Luiz Odorico Monteiro Andrade, Ivana Critinha de Holanda Cunha Barreto, Luisa Cela de Arruda Coelho, Olivan Silva Queiroz, Ana Karine Macedo Teixeira

Resumo


A promoção da saúde é uma das ideias centrais do discurso da saúde pública das últimas décadas, numa perspectiva de redirecionamento das práticas em saúde. Nesse contexto, propôs-se um estudo acerca da maternidade, com mulheres atendidas na Estratégia Saúde da Família (ESF) no município de Sobral, onde se registrou aumento da mortalidade infantil no ano de 2010 e a consequente necessidade de reorientação do trabalho na saúde. Considera-se a relevância da maternidade e da paternidade no ciclo vital, dando a oportunidade para mulheres e homens atingirem novos níveis de integração. Teve-se como objetivo verificar os aspectos mais comuns abordados pelas mulheres com relação ao período gestacional. O estudo foi qualitativo, realizado em dois Centros de Saúde da Família, com 23mulheres que participaram de grupos focais. A análise foi realizada com o método de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011). Foram obtidos como resultados as seguintes dimensões e categorias: 1) Dimensão dos sentimentos: maior sensibilidade, diferenças entre o filho ideal e o filho real, o desejo de um menino, o surgimento de um novo casal com a chegada do filho; 2) Dimensão das sensações: sintomas, os corpos e a conjugalidade; 3) Dimensão dos pensamentos: transformações no modo de pensar, crescimento dos filhos em suas comunidades;4) Significação da maternidade: desafio, doação e amor; histórias de vida e os sentidos da maternidade; educar e cuidar na comunidade onde vivo. Os resultados apontam para que pensemos em estratégias de cuidado à gestante com metodologias capazes de facilitar processos de cura, prevenção de doenças e promoção da saúde materno-infantil tendo como foco a escuta desses atores e a consideração da integralidade dos sujeitos. Considerar a subjetividade de quem está gestando uma vida deve ser tão considerado na atenção à saúde quanto os procedimentos do pré-natal. É um momento que merece a convergência de esforços da equipe de assistência materno-infantil para resultar num atendimento mais global e satisfatório para a saúde de pais e filhos. Estudar o universo das mulheres gestantes constituiu-se como um caminho para o aprofundamento de saberes plurais, que envolvem o ser humano nas suas diversidades e aproximações, a mulher de forma individual, a família e, no nosso contexto, à atenção à saúde da mulher na gravidez e no parto, como direito. Propomos a consideração desses elementos para construir uma atuação efetiva que vise à promoção da saúde materno-infantil.

Palavras-chave


Saúde materno-infantil; trabalho em saúde; promoção da saúde

Referências


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