Na lógica da saúde como resultado das condições de vida e de trabalho da população brasileira, as ações socioeducativas devem pautar-se no cuidado integral, considerando que a participação dos usuários no conhecimento crítico da sua realidade tende a potencializá-los na construção de estratégias coletivas em saúde. Objetivando estimular o controle social, a equipe de Serviço Social do Hospital do Câncer I, integrante do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), realiza orientações acerca dos direitos sociais, pautada na concepção de Vasconcelos (1993) sobre a prática reflexiva, que possibilita aos usuários a análise e desvendamento das situações vivenciadas pelos mesmos. Desse modo, há o investimento na socialização das informações referentes aos direitos dos usuários e programas institucionais do tratamento oncológico. Na realização das ações socioeducativas, percebemos que as situações vivenciadas pelos usuários têm relação direta com os seguintes aspectos: 1) os enfrentamentos com a equipe de saúde, contextualizados na intervenção cotidiana; 2) a natureza do trabalho em saúde, que exige do profissional sucessivas aproximações para o alcance do que não foi expresso pelo usuário e que pode repercutir no curso do tratamento; 3) a articulação com a rede e com profissionais de outras instituições, exigindo qualificação profissional permanente; 4) o compromisso com o usuário, que se reflete na qualidade da orientação prestada; 5) as exigências institucionais, que influenciam as relações entre os profissionais, entre os usuários, bem como entre os usuários dos serviços e os profissionais. Enquanto uma estratégia no atendimento às demandas em oncologia, a educação em saúde no HC I tem alcançado o objetivo de promover uma abordagem que considera a perspectiva do cuidado em saúde, ao estimular o controle social, preconizado pela Constituição Federal e integrante da legislação do Sistema Único de Saúde (SUS). Como recomendação, sabemos que a existência das políticas de proteção não representa garantia de acesso aos serviços. Sinalizamos que é a partir do exposto pelos usuários que se objetiva uma reflexão coletiva sobre as questões trazidas, que por sua vez dependem de uma articulação adequada com as políticas públicas para a viabilização dos direitos orientados na ação socioeducativa.