Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O DESAFIO DA ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: A PRECEPTORIA NO CURSO TÉCNICO DE ACS
Marcia Cavalcanti Raposo Lopes, Vera Joana Bornstein, Ingrid D´avilla Pereira, Helifrancis Groppo Ruela, Mariana Lima Nogueira

Resumo


Este trabalho é fruto de uma reflexão sobre o processo de formação de Agentes Comunitários de Saúde construída durante Curso Técnico de Agentes Comunitários de Saúde (CTACS) desenvolvido pela Escola Politécnica Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do município do Rio de Janeiro em 2011/2012.  A EPSJV ofereceu turmas das etapas II e III do CTACS para 210 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que haviam concluído a etapa I em 2006. A proposta curricular foi elaborada por professores-pesquisadores da EPSJV em conjunto com trabalhadores ACS e a Escola Técnica de Saúde Isabel dos Santos. Pretende-se discutir a inserção de um novo trabalhador docente no CTACS da EPSJV, o preceptor, cuja proposta de atuação se inscreve na articulação entre as discussões teóricas da sala de aula e a prática dos alunos na Estratégia de Saúde da Família (ESF), assim como no processo de construção dos trabalhos de conclusão de curso (TCC). Propomos como fio condutor para análise da experiência, a discussão sobre a relação entre teoria e prática nas propostas formativas no campo da saúde. Além disso, construímos uma avaliação crítica sobre o processo desenvolvido considerando seus efeitos cotidianos na dinâmica da sala de aula e sua contribuição para a transformação das práticas na ESF. Selecionados entre os trabalhadores de nível superior da ESF, os preceptores cumpriam carga horária de 8 horas semanais e eram responsáveis por cerca de 10 alunos. Entre suas atividades estavam o desenvolvimento, em conjunto com os professores, dos momentos de “prática profissional” onde se propunham atividades que buscavam relacionar os conteúdos teóricos com questões práticas dos serviços de saúde (como discussões de casos e/ou trabalhos de campo) e o acompanhamento dos TCCs que previam a construção de diagnóstico situacional de uma micro área, a problematização da realidade e o planejamento de um plano de ação educativo com os usuários. A incorporação deste trabalhador no curso foi atravessada por diferentes dificuldades e desafios enfrentados conjuntamente pela coordenação do curso, professores e preceptores. Pôde-se perceber o favorecimento da incorporação crítica de discussões do curso no processo de trabalho dos alunos, assim como a possibilidade de aprofundamento e análise da prática da ESF por parte dos profissionais envolvidos na preceptoria com alguns reflexos diretos no cotidiano do trabalho das unidades de saúde da família.

Palavras-chave


Precpetoria, formação em saúde, ACS