Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ESQUIZOFRENIA: DESGASTE E ABNEGAÇÃO EM DECORRÊNCIA DO CUIDAR
Olinda Thiscyara Pessoa Oliveira, Israel Coutinho Sampaio Lima

Resumo


Introdução: A esquizofrenia é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade, devido a sua cronicidade. A desorganização mental, vivenciada por estas pessoas, infere diretamente na organização familiar e principalmente do ser que cuida. O cuidar dispendido a esse tipo de enfermidade, acarreta alguns problemas de ordem: física e mental, por ser uma doença invasiva, que acaba sobrecarregando e gerando sentimentos de impotência, ansiedade e estresse na vida do cuidador. Objetivos: Identificar e compreender a vivência do familiar cuidador da pessoa com esquizofrenia atendida no Centro de Atenção Psicossocial II e relacionar as intervenções de enfermagem prestadas a esse cuidador. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório com abordagem qualitativa. Estudo realizado no CAPS II de Teresina, os sujeitos do estudo foram nove familiares cuidadores de pessoas com esquizofrenia que estavam em tratamento intensivo ou semi-intensivo no referido centro. No mês de abril de 2011, foi realizada a produção dos dados, através da utilização de um roteiro de entrevista semiestruturado. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade NOVAFAPI. Resultados e Discussão: Constatou-se que a esquizofrenia causa desgastes ao cuidador por ser difícil e unilateral o cuidar prestado, pois o núcleo familiar atribui a uma única pessoa a atividade e responsabilidade mutua do cuidar. Tal situação gera sentimentos de angustia, medo, ansiedade, desespero e fragilidade. O cuidador abdica de seus sonhos e vontades, para seguir em constante vigília. Observou-se que o cuidador consegue distinguir situações de possíveis crises, ficando evidente o medo de reincidência de novas crises, agressões e suicídio, situações estas que podem ocorrer com o sujeito que vive com esquizofrenia. O papel do enfermeiro foi citado como sendo de grande auxilio no manejo e adaptação dessa nova realidade, pela demonstração do esclarecimento do tratamento psicofarmacológico e terapêutico. Conclusão: Espera-se, que a divulgação da vivência desses familiares possa nortear os profissionais e a sociedade como um todo, melhorando a atenção dada a estes sujeitos, uma vez que, o cuidar deve ser compartilhado, para que assim, não haja sobrecarga de trabalho. Onde a enfermagem possa desenvolver estratégias terapêuticas, além de orientar os familiares cuidadores, sobre o tratamento psicofarmacológico e terapêutico, a lidar com as dificuldades que irão vivenciar dentro do seio familiar e social.

Palavras-chave


Saúde Mental. Esquizofrenia. Enfermagem Psiquiátrica