Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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RELATO DE EXPERIÊNCIA: COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV NO CONTEXTO DA VULNERABILIDADE INDIVIDUAL E SOCIAL
Rayrla Cristina de Abreu Temoteo, Aguinaldo José de Araújo, Fernanda Darliane Tavares de Luna, Pedro Victor Farias do Nascimento, Tânia Maria Ribeiro Monteiro de Figueiredo

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: Dentre as populações mais vulneráveis à tuberculose (TB), estão as pessoas vivendo com Human Immunodeficiency Vírus/Aids (HIV/Aids). A compreensão da dinâmica da TB e do HIV não depende apenas das taxas epidemiológicas, mas também do entendimento das relações e condições de vida dos doentes, no âmbito teórico da vulnerabilidade, o que possibilita melhor planejamento e reorganização das práticas e do trabalho no controle da dupla epidemia. O conhecimento sobre os aspectos de vulnerabilidade de pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) possibilita identificar suas necessidades de saúde, com o propósito de lhes assegurar a proteção de seus direitos. Descrição da experiência: Acompanhar o tratamento de um paciente com TB/HIV é um grande aprendizado, possibilita conhecer muitos aspectos que implicam no processo saúde-doença do indivíduo. Durante seis meses, um TDO realizado em uma paciente coinfectada contribuiu muito para o crescimento e experiência do grupo participante do projeto de extensão, da UEPB, que acompanha pacientes em tratamento para TB no município de Campina Grande, no Estado da Paraíba. Uma mulher de 27 anos, mãe, baixa escolaridade, HIV positivo, que reside com a mãe e os irmãos em uma comunidade carente e que tem um companheiro privado de liberdade. Inserida nesse contexto de vulnerabilidade individual e social, houveram algumas dificuldades no período de acompanhamento, como o abandono do tratamento antirretroviral, efeitos colaterais, reações adversas e discussões familiares. A adesão ao tratamento antirretroviral já tem suas dificuldades e quando concomitante a outra infecção, neste caso a TB, a qual exige antibiótico-terapia rigorosa, acarreta no paciente uma sobrecarga individual (biológica, psicológica) e social (preconceitos e estigma). Efeitos alcançados: Além de favorecer a adesão à terapêutica e a cura da TB, foi realizada educação em saúde, considerando o contexto familiar e social da doente; bem como, o retorno da pessoa coinfectada aos estudos e a experiência adquirida pelo acadêmico, responsável pelo TDO. Recomendações: Considerando todas as teorias do processo saúde-doença, recomenda-se que na realização do TDO, o responsável (profissionais e/ou estudantes da saúde) pelo acompanhamento tenha uma visão holística e saiba compreender e lidar com todo o contexto individual e social da pessoa em tratamento.

Palavras-chave


Coinfecção; Tuberculose; HIV; Vulnerabilidade em Saúde; Vulnerabilidade Social

Referências


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