Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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QUEBRANDO O ESTIGMA E RECONSTRUINDO CONCEITOS: EXPERIÊNCIA DE ACOMPANHAMENTO A UMA PACIENTE COINFECTADA TB/HIV
Fernanda Darliane Tavares de Luna, Rosiane Davina da Silva, Maiary Andrade Pontes, Patricia Paula Coelho de Araújo, Rayrla Cristina de Abreu Temoteo, Tânia Maria Ribeiro Monteiro de Figueiredo

Resumo


Caracterização do problema: A coinfecção TB/HIV é um grave problema de saúde pública, que transcende a esfera biológica e perpassa o setor saúde. O preconceito e a discriminação social interferem negativamente no controle da dupla infecção e na assistência humanizada aos pacientes. A estigmatizarão construída historicamente em torno da TB e do HIV, cria estereótipos que, atrelados à falta de conhecimento e às crenças, ampliam o preconceito e promovem a exclusão social. A vivência com uma paciente coinfectada TB/HIV provocou reflexões sobre o preconceito e o estigma sobre este grupo populacional. Descrição da experiência: Em um projeto de extensão da Universidade Estadual da Paraíba, vinculado ao Ambulatório de Referência de TB do município de Campina Grande-PB, docente e discentes do curso de Enfermagem acompanham pacientes com TB e realizam TDO no domicílio. Ao acompanhar uma paciente coinfectada, a visão generalista de fragilidade e debilidade imputada a estes pacientes se desfez. Matriarca de um núcleo familiar de 4 pessoas, ela é a única portadora do HIV. Clinicamente estável, a paciente segue sem complicações ao tratamento antituberculose e mantém o controle da carga viral do HIV. Com boa aparência física, manifesta ânimo para o autocuidado, realizando cuidados periódicos com cabelos, unhas e pele. Socioeconomicamente ativa, a usuária participa de grupos religiosos, trabalha numa loja própria, e reside, com o marido e dois filhos, numa casa ampla, arejada e com saneamento. Emocionalmente estável, é aceita no âmbito familiar que á apoia e participa do tratamento. Efeitos alcançados: Desta experiência, Foi reconstruído conhecimentos e superado o preconceito. Reconheceu-se que é possível qualidade de vida mesmo na coinfecção, desde que presentes o apoio familiar e social. Refletiu-se ainda o papel dos profissionais de saúde para o alcance desse suporte familiar e social. Recomendações: É possível superar o preconceito, através da divulgação de informações sobre a coinfecção, desconstruindo e reconstruindo conhecimentos. Para tanto, é indispensável o envolvimento dos profissionais de saúde e da população nesse processo.

Palavras-chave


Coinfecção; Tuberculose; HIV; Preconceito; Estigma Social

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