Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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GRUPO DA MEMÓRIA: O IMPACTO DAS ESTRATÉGIAS MNEMÔMICAS NA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Claudiane Monsores de Sá Cavalcante, Maria Tercia Barroso Pereira Malta, Regina Célia Marques de Mello, Helayne Costa Coelho

Resumo


Estudos epidemiológicos mostram que idosos hipertensos, diabéticos e deprimidos apresentam maior risco de desenvolver demências e declínios cognitivos; intervenções sobre a memória podem contribuir para a promoção da saúde e autonomia dos mesmos. O bom funcionamento da memória é vital para que estes possam continuar a viver de forma independente. Nosso objetivo aqui é apresentar a vivência da estimulação cognitiva desenvolvida em um grupo de terceira idade, em um Hospital no Rio de Janeiro. O Grupo da Memória é uma iniciativa do Programa Interdisciplinar de Promoção à Saúde e Qualidade de Vida do Idoso – Grupo Renascer, do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle/UNIRIO. É composto por 69 idosos, sem diagnóstico de demência e que apresentam queixas subjetivas de déficit de memória. Quanto às patologias: 75,9% são hipertensos; 25,9% diabéticos e 17,2% apresentam queixas de depressão. Os encontros são semanais sendo a programação preventiva e lúdica. A equipe é formada por profissionais e alunos das áreas da psicologia, fisioterapia, arte-educação, enfermagem e nutrição. São utilizadas técnicas e exercícios individuais e em grupo para estimular a memória, percepção, atenção, linguagem e funções executivas. O grupo em sua maioria é composto por mulheres 94,2%; 46,4% com idade entre 70 e 79 anos; 47,8% têm o ensino fundamental incompleto; 58% avaliaram sua memória como ruim antes do ingresso no grupo e 94,2% avaliaram a memória como boa após ingressarem no mesmo; 94,2% utilizam estratégias aprendidas no grupo que auxiliam no desenvolvimento de suas atividades de vida diárias - AVD: lembretes na geladeira, associações de nomes, lista de compras, uso de agenda, anotações de recados e reserva de lugar especifico para objetos; 85% verificaram que estas estratégias contribuíram bastante para melhorar a realização de suas atividades diárias. O trabalho desenvolve não só as funções cognitivas, mas também estimula o idoso a procurar novas estratégias para a vida diária, eleva a autoestima, desenvolve habilidades e o ajuda a manter sua independência social e pessoal. O grupo oferece subsídios para que o idoso possa entender e desenvolver os processos envolvidos na memória, contribuindo para a melhora e/ou manutenção de sua reserva cognitiva. O Grupo da Memória além de ser um espaço de treinamento é também um espaço de encontro, onde são formadas as redes sociais, tão importantes para a vida do idoso quanto o aprendizado adquirido.

Palavras-chave


idosos; estimulação cognitiva; hospital universitário;

Referências


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BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à Saúde da Pessoa Idosa e Envelhecimento. Pactos pela Saúde2006. v. 12, 2010.

FORLENZA,O.V & CARAMELLI, P. Neuropsiquiatria Geriátrica, São Paulo,Atheneu, 2000.

FUENTES d. & OUTROS. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto alegre: Artmed, 2008.