Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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COMO EM UM LAÇO, PARA FAZER SAÚDE É PRECISO UNIR AS PONTAS
Bruna Lopes Martins, Josiane Delazeri Hilgert

Resumo


O projeto Laços é uma estratégia do CAPS AD-SIM PRA VIDA de Lajeado-RS. Propoõe-se a pensar nas estratégias de saúde como um laço, que precisa unir as pontas para compor-se. Pessoas que usam drogas de modo abusivo usualmente estão em situações de vulnerabilidade social e sofrem com a exclusão comumente produzida por um efeito midiático e de preconceito. Entendendo também que pessoas que estão na rua tem o direito de ir e vir e lembrando que os CAPS se constituíram para desinstitucionalizar o sujeito, o cuidado deve ser para além do espaço físico do serviço especializado, proporcionando promoção de saúde para todas pessoas que estão fazendo uso de drogas. Petuco,D. (2012) propõe uma discussão e reflexão a cerca dos discursos autorizados e discursos interditos às pessoas que usam drogas. A partir desta perspectiva, o olhar, a escuta deve ser ampliada, em função de que pessoas que usam drogas entendem e sabem quais são os discursos autorizados e os interditos. O autor ainda ressalta que enquanto pensarmos que para cuidar das pessoas que usam drogas é preciso ser esperto, para não cair na chamada manipulação do adicto, estamos fechando nossa escuta ao invés de acolher aquela pessoa que está em sofrimento, comprovando a necessidade de estar ensaiando sempre novas estratégias. A pessoa que está em uso de drogas não se resume a isto e não podemos colocar fosforescente na droga. O objetivo deste projeto é realizar um cuidado para além do CAPS AD, visando promoção de saúde como uma estratégia de redução de danos. Assim, propor cuidado e atenção nos espaços públicos (rua) para pessoas que estão fazendo uso abusivo de drogas procurando escutá-los nas suas necessidades. No primeiro momento farar-se á uma tentativa sucessivas aproximações com as pessoas que estão na rua fazendo uso de drogas, utilizando de alguns dispositivos para promover o encontro no território existencial. Ressalta-se que no momento de intervenção, no momento de chegada colocar-se-á os objetivos que não se referem à internação ou a necessidade de estarem se deslocando ao CAPS AD, mas de apenas ter um vínculo, e que se estas pessoas julgarem necessário podem estar se deslocando até o serviço. Pretende-se também convocar estas pessoas para pensar no projeto, em atividades que podem ser desenvolvidas para que faça sentido e que estes sujeitos envolvam-se com o processo de promoção de saúde proposto e apropriação do seu processo de cuidado e modos de viver.


Palavras-chave


Cuidado; Liberdade; Autonomia.

Referências


PETUCO, D.R. A Produção social do usuário de crack: desconstruindo o monstro. In Conselho federal de Psicologia e Conselhos Regionais de Psicologia (Org.). Drogas e Cidadania em debate. Primeira edição, Brasília, 2012. P.19-28