Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ADOECIMENTOS DE LONGA DURAÇÃO E A NECESSIDADE DE UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR PARA O CUIDADO
Diane Sousa Sales, Lidiane Marha de Souza Oliveira, Maria da Conceição Coelho Brito, Olga Brito Barbosa Feliciano, Priscila França de Araújo, Clayre Anne de Araújo Aguiar

Resumo


As doenças classificadas como crônicas pela Organização Mundial da Saúde (2005) englobam doenças cardiovasculares, as neoplasias, as doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus. Tais doenças causam adoecimentos de longa duração, aspecto evidenciado em pacientes oncológicos. Assim, o cuidado ao paciente portador de doenças crônicas nos impele a compreender o significado da patologia para o sujeito e a interferência desta na sua vida diária. Os profissionais que atuam nesse contexto devem entender que o Cuidado configura uma situação que não se limita apenas a um sentido ôntico, mas também ontológico, ou seja, o cuidado extrapola a vertente teórica ou prática e considera o seu ser, o sentido da realidade (HEIDEGGER, 1997). Além disso, devem orientar suas práticas na perspectiva da interprofissionalidade, pela necessidade de articular as ações de saúde e por compreender que o cuidado integral se constrói a partir da complementaridade e interdependência das ações de saúde (PIROLO et al, 2011). O estudo tem como objetivo relatar a experiência de profissionais de saúde a pacientes oncológicos. Trata-se de relatos de experiência de profissionais que atuam em um Hospital Universitário da cidade de Fortaleza/CE. Cabe destacar que todos os princípios preconizados pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde foram respeitados. Os pacientes oncológicos apresentam uma sobrecarga emocional e incertezas, típicos da doença, pois a sintomatologia e o tratamento os fragilizam e cabe aos profissionais de saúde responsáveis pelo cuidado atuarem de forma conjunta, realizando uma assistência que considere o de forma holística. Já que a doença oncológica reveste-se de um caráter altamente estigmatizante na sociedade, sentida particularmente pelo doente e família, com níveis de mortalidade significativos. Este fato associado, muitas vezes, à incerteza do diagnóstico, prognóstico e ao sofrimento físico e psicológico, levanta importantes questões em nível da qualidade de vida dos indivíduos (FIGUEIREDO; ARAÚJO; FIGUEIREDO, 2006). Faz-se necessário, então, um plano de cuidado que promova uma atuação multidisciplinar interligada. A abordagem interdisciplinar visa promover uma ação conjunta entre os profissionais de saúde com o intuito de desenvolver um cuidado articulado ao paciente. Isso deve ser uma meta no atendimento aos pacientes, principalmente os de adoecimentos de longa duração que passam por inúmeras mudanças e adaptações no transcorrer de sua vida.

Palavras-chave


Cuidado; câncer; Interdisciplinaridade

Referências


HEIDEGGER M. Ser e tempo. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 1997. Parte 1.

PIROLO, S. M.; FERRAZ, C. A.; GOMES, R. A integralidade do cuidado e ação comunicativa na prática interprofissional da terapia intensiva. Rev. esc. enferm. USP,  São Paulo,  v. 45, n. 6, Dec.  2011.

FIGUEIREDO,A.;  ARAÚJO, P.; FIGUEIREDO,P. Qualidade de vida do doente oncológico. Revista de Enfermagem Oncológica. Julho, n.º 36, 2006.