Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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IMPLICAÇÕES DA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA NAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL
Leticia Figueiró Fontoura, Edna Linhares Garcia

Resumo


Introdução: O enfermeiro que atua na Atenção Básica tem notável potencial para reconhecer distúrbios relacionados ao uso de substâncias psicoativas devido à estreita relação com os pacientes. Um cuidado de qualidade ao dependente químico fortalece o vínculo e impacta positivamente no tratamento. Objetivo: Investigar sobre o cuidado ao dependente químico nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) em um município do interior do Rio Grande do Sul e como atuam os enfermeiros em relação a estes pacientes. Método: Estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa. Entrevistou- se a população de enfermeiros das ESF do município, totalizando onze sujeitos. A coleta de dados deu-se através de entrevista semi-estruturada, com áudio gravado, posteriormente transcrito e trabalhado segundo procedimento de análise da produção de sentidos, conforme Spink (2000). Resultados: As análises indicam que a maioria dos entrevistados encaminha os usuários de drogas diretamente ao serviço de referência do município. Há problemas na comunicação por meio de referência e contrarreferência, entre o serviço especializado e a ESF, denotando dificuldades na rede de atendimento ao dependente químico. Na graduação em Enfermagem existe carência no ensino de temas relacionados à dependência química, assim como educação permanente aos profissionais, abordando o tema. Discussão: Os enfermeiros percebem sua fragilidade técnica no manejo da dependência química no território da ESF, o que atribuem a falhas na formação e a ausência de educação permanente. Inseguros, em sua maioria, encaminham diretamente o usuário ao serviço especializado, mesmo que não acompanhando seu tratamento pela dificuldade de comunicação existente entre os serviços, o que gera frustração do profissional, melindra o vínculo e compromete o Princípio da Integralidade, na medida em que parece haver certa ‘desresponsabilização’ no tratamento da dependência química. Conclusão: Visando melhorar a qualidade da assistência de enfermagem aos usuários de drogas na ESF, cabe repensar a remodelação dos currículos de graduação em Enfermagem e a educação permanente aos profissionais da Atenção Básica, de forma que os enfermeiros sintam-se competentes no manejo da dependência química, primeiramente, em seu território. Da mesma forma, importa a fluidez na comunicação e nos encaminhamentos dentro da rede SUS, quando estes são necessários.

Palavras-chave


Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias; Sistema Único de Saúde; Educação em Enfermagem

Referências


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