Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PRÉ-NATAL DE GESTANTES EM GRUPOS DE RISCO: A INSERÇÃO FAMILIAR NA ASSISTÊNCIA E ACOMPANHAMENTO
Francisca Neiliane Bezerra, Paula Hemília Souza Nunes

Resumo


O pré-natal tem passado por uma evolução com a humanização da assistência à saúde, fato este, evidenciado pelos programas de saúde do governo e maior assistência reservada ao período gravídico-puerperal, onde a preocupação que antes era limitada ao concepto passou a se estender a gestante, evidenciado pela criação do programa de pré-natal. Devido ao maior enfoque e atenção destinados à gestante, e os sentimentos que afloram neste período, principalmente, quando essas se encontram em grupos de risco, como adolescentes, deficientes, com histórico de aborto, com condições de trabalho impróprias, a necessidade de cuidado e assistência assume um papel especial. Portanto, fatores em torno de si, também ganharam destaque nessa assistência, e um desses fatores é a convivência familiar que representa, muitas das vezes, o principal ambiente de convivência da gestante. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório com abordagem qualitativa, tendo como objetivos avaliar os efeitos biopsicossociais à gestante em grupos de risco, durante o curso gestacional, bem como o apoio familiar dispensado à gestante. Aplicando-se entrevistas a 20 gestantes, que se apresentavam em grupo de risco, no Iguatu-CE. Foi utilizada sendo analisada a técnica de categorias segundo Bardin. Estabeleceu-se a existência de três categorias: 1) A família como facilitadora no curso gestacional, onde se verificou uma valorização recíproca dos vínculos familiares por parte das gestantes e uma maior aceitação da gravidez, nessa classificação, se identificou as de melhor estruturação familiar. 2) A família como obstáculo na gravidez, determinada por expressões de sentimentos negativos empreendido nas gestantes como fruto dessa participação familiar; 3) A família tida como irrelevante no processo gestacional, onde se verificou, nessa categoria, a ausência de representatividade da família por parte da gestante, caracterizando uma individualidade da mesma, numa ausência de coletividade recíproca. O estudo visou enaltecer a visão holística da gestante nos serviços de saúde e na sociedade a qual está inserida. Pode-se concluir, portanto, que, o que ocorre é um pauperismo da significação e relação familiar, que deve apresentar-se como foco de atenção, vez que suscitam a habilitação do indivíduo, no exercício de políticas que favoreçam a gestação, bem como a continuidade do grupo familiar.

Palavras-chave


gestante; pré-natal; participação familiar

Referências


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