Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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FORMAÇÃO PROFISSIONAL E TERMINALIDADE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Janaina Batista Pereira, Sônia Izabel Romero de Souza, Sonilde Saraiva Januário, Modesto Leite Rolim Neto

Resumo


Introdução: A temática sobre o cuidar interligada a terminalidade da vida em ambiente hospitalar, se mantém como relevante no cenário científico, considerando os desafios que continuam sendo enfrentados, tanto pelos profissionais quanto pelos pacientes, em contato eminente com a possibilidade concreta da finitude. Os fenômenos naturais do ciclo vital humano como vida e morte, que anteriormente pertenciam ao território domiciliar, transmigram para o território hospitalar, transformados e tratados como acontecimentos técnico-científicos. O fenômeno de negação também influencia a relação de cuidado entre pacientes e profissionais de saúde, fomentando ações terapêuticas de adiamento da morte ou distanciamento pelo processo de morrer, o que corrobora na supremacia da técnica e negligência no cuidado integral ao sujeito em terminalidade. Objetivo: analisar o cenário de formação dos profissionais de saúde e sua relação com as práticas protocolares sobre o cuidado na terminalidade e morte em ambiente hospitalar. Método: Revisão sistemática da literatura através da captura de informações em bancos de dados eletrônicos: SciELO, PUBMED, LILACS, no período de 2009 a 2013, utilizando-se dos descritores em português: formação profissional; terminalidade; morte e morrer. Resultados: Trazer a tona a terminalidade na ambiência do cuidado perpassa uma rede de significados embrenhados de lugares que necessitam de tradução. É importante, então, promover um redimensionamento profissional pautado na possibilidade de autoconhecimento, capacitação técnica e humana para cuidar dos pacientes em processo de terminalidade. Os estudos atuais, pontuam a formação profissional, como um espaço de ressignificação de práticas, fomentada pela inserção do (re)pensar a teoria, tomando como parâmetro uma prática atuante. A formação profissional humanística, já aponta possibilidades de novas inserções na ambiência hospitalar, o cuidado comprometido com a dor do outro. É unânime entre os estudos filtrados pela revisão, o despreparo de alguns profissionais no lidar operacionalmente com questões que envolvam retroalimentações entre humanos. Essa contribuição acadêmica corrobora a necessidade de perceber e tratar a morte com a naturalidade que lhe concerne. Conclusões: A análise da terminalidade e morte em ambiente hospitalar pressupõe uma compreensão dos paradigmas em saúde sobre cuidado e assistência, investigando as premissas que respaldam o modelo técnico científico vigente no Brasil, focado, essencialmente, na exaltação da vida como valor absoluto e excludente da morte, advindo de uma cultura de negação da morte que desestabiliza a imagem do profissional de saúde como detentor de conhecimentos que viabilizam a cura, portanto, impedem a manifestação da morte. Através desse estudo depreende-se uma relevância social e acadêmica, considerando que a morte é parte do processo de desenvolvimento humano, necessitando, pois de uma compreensão que parte da dinâmica intrapessoal e interpessoal, expressas nas vivências dos profissionais da saúde que, cotidianamente, imergem nessa temática.

Palavras-chave


Formação Profissional; Terminalidade: Morte e Morrer

Referências


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