Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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BIOGRAFIA DO JULGAMENTO DO SUS.
Nilma Arraes, Denise Pereira do Nascimento, Marcia Imbroisi

Resumo


Revendo o material do extinto Programa de Qualidade de Vida do Servidor da SES/RJ, observamos a atualidade e a pertinência da experiência vivida no ano de 2000 pelos integrantes do Programa.  Com a criação de um Julgamento Simbólico do SUS em cena teatral, os servidores de uma Unidade de Saúde representaram um tribunal que apontou como responsável pela deficiência na efetivação dos princípios do SUS, os gestores. Em 2006 esse trabalho foi apresentado em Congresso da Abrasco e hoje, 5 anos depois, reiteramos , percebemos o quanto é atual esse debate e a necessidade da continuidade da discussão sobre o tema. Vemos atualmente uma enorme defasagem entre os princípios do SUS e a sua prática. Ao contrário do que postula nossa constituição, saúde como dever do estado e direito do cidadão, há cada vez mais o incremento da privatização desta área tão essencial, quase que rasgando as proposições constitucionais de 1988. A criação das OSs provoca uma esquizofrenia laboral, onde a convivência dos múltiplos tipos de vínculos: terceirizados, precarizados, cooperativados e concursados dá lugar a inúmeros conflitos, que colaboram para o extermínio da saúde pública. Os funcionários públicos, juridicamente diferenciados, com salários irrisórios, estão sendo cada vez mais empurrados para porta de saída.  A participação dos usuários, as mesas de negociação, o controle social estão caminhando para extinção. Neste cenário a construção e eficiência de um Sistema Único de Saúde, de abrangência universal, equânime, e integral, fica cada vez mais nas mãos dos gestores e a retomada das bases para uma saúde pública de qualidade cada vez mais distante de seus princípios fundamentais. Chamamos os cidadãos, servidores e usuários do Sistema Único Saúde, a uma reflexão crítica, a uma participação efetiva, uma tomada de consciência, para que possamos transformar esta realidade. Afinal de contas o SUS já atingiu a maioridade, porém é portador de uma patologia aguda. Necessita de tratamento, de preferência humanizado e consciente, por parte, principalmente, daqueles que recebem, controlam e distribuem os fundos a ele destinados.

Palavras-chave


SUS; Sistema Único de Saúde; julgamento; controle social.