Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV EM MUNICÍPIOS DA PARAÍBA (2002 A 2012)
Rayrla Cristina de Abreu Temoteo, Aguinaldo José de Araújo, Pedro Victor Farias do Nascimento, Fernanda Darliane Tavares de Luna, Tânia Maria Ribeiro Monteiro de Figueiredo

Resumo


A tuberculose (TB) é um problema de saúde pública mundial. De acordo com a OMS, o HIV tem contribuído para o agravo da patologia. No Brasil, foram notificados em 2012, 88.090 casos de TB, desses, 9.951 foram casos de coinfecção TB/HIV. Nesse mesmo ano, foram registrados 1.433 casos de TB na Paraíba, dos quais 115 em pessoas HIV positivo. Ainda em 2012, a prevalência de coinfecção TB/HIV nos municípios de Campina Grande, Patos e Cajazeiras, foram respectivamente 20, 15 e 12 doentes para cada 100.000 habitantes. A elevação da taxa de associação destas doenças tem se constituído como um dos entraves para o controle da TB, tornando-a a principal causa de morte entre pessoas vivendo com Aids. Estudos epidemiológicos analisam as frequências de uma doença em uma população, contribuindo para o (re)direcionamento das ações de saúde. Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico dos casos de coinfecção entre tuberculose e vírus da imunodeficiência humana notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/Net), em Campina Grande/PB, Patos/PB e Cajazeiras/PB, de 2002 a 2012. Método: Estudo descritivo e temporal. A população foi constituída dos casos de coinfecção TB/HIV registrados no período de 2002 à 2012. O cenário de estudo foi os municípios de Campina Grande, Patos e Cajazeiras, localizados no estado da Paraíba. Os dados foram coletados no Sinan/Net e tabulados por meio do Tabnet. Os cálculos foram realizados com auxílio dos recursos do Excel 2010. A análise descritiva dos dados envolveu as variáveis: forma, tipo de entrada e desfecho do tratamento. Resultados: Dos casos de TB notificados na Paraíba, os percentuais de coinfecção TB/HIV foram de 4,3% em Campina Grande, 2,8% em Patos e 2,4% em Cajazeiras. Nesses municípios a forma predominante foi a pulmonar com respectivamente 71%, 87% e 100% dos casos de coinfecção, o que revela um panorama diferenciado do que vem sendo observado na literatura. Quanto ao tipo de entrada, os casos novos obtiveram maior destaque, com 70% em Campina Grande, 87% em Patos, revelando a necessidade de uma maior atenção e prevenção para o grupo de risco. Em Cajazeiras, 40% foram recidivas. Em relação ao desfecho do tratamento, 72%, 79% e 84% obtiveram a cura da TB; estando abaixo das metas pactuadas. Conclusão: Foi possível perceber que os três municípios apresentaram perfis epidemiológicos semelhantes no período estudado e que todos necessitam de aperfeiçoamento na implementação das políticas públicas de TB.

Palavras-chave


Epidemiologia; Coinfecção; Tuberculose; HIV

Referências


BRASIL. Manual de recomendações do para o controle da tuberculose no Brasil, Ministério da Saúde, Brasília – DF, 2011.

CARVALHO, L. G. M. et al. Co-infecção por M. tuberculosis e vírus da imunodeficiência humana: uma análise epidemiológica em Taubaté (SP). Jornal Brasileiro de Pneumologia, n 32, p 424-429, 2006.

HINO, P. et al. Coinfecção de Tb/HIV em um distrito administrativo do Município de São Paulo. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, SP, n. 25, p 755-761, 2012.

JAMAI, L. F.; MOHERDAUI, F. Tuberculose e infecção pelo HIV no Brasil: magnitude do problema e estratégias para o controle. Revista de Saúde Pública, n. 47, p. 104-110, 2007.

MUNIZ, J. N.; et al. Aspectos epidemiológicos da co-infecção tuberculose e vírus da imunodeficiência humana em Ribeirão Preto (SP), de 1998 a 2003. Jornal Brasileiro de Epidemiologia, n 32, p. 529-534, 2006.

SANTOS, M. L. S. G. et al. A dimensão epidemiológica da coinfecção tb/hiv. Revista Latino-americana de Enfermagem, n. 17, 2009.