Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AS PERCEPÇÕES DA INSERÇÃO NO TERRITÓRIO DE UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE FORTALEZA ATRAVÉS DO PRO-PET-SAÚDE/REDES DE ATENÇÃO: POLÍTICA, CUIDADO, PRIVATIZAÇÃO DO SUS E FORMAÇÃO EM SAÚDE
Francisco Anderson Carvalho de Lima, Erika Silva Rocha, Thais Helena Ramos Queiroz Mourão, Sâmia Bessa de Moraes, Joyce Bezerra Portela de Deus, Antônio Rogério Mariz Santos, Beatriz Gomes Canuto, Erasmo Miessa Ruiz

Resumo


O Pro-PET-Saúde / Redes de Atenção em Saúde objetiva a integração entre profissionais e estudantes na dinâmica dos serviços do Sistema Único de Saúde através das Redes de Atenção. Um dos pilares é a interdisciplinaridade na área da saúde, funcionando assim como um lócus de discussão, crescimento e fortalecimento do SUS. O programa faz parte das políticas de educação permanente em saúde brasileiras que visam tornar a rede pública de saúde uma rede de ensino-aprendizagem no exercício do trabalho. Objetivamos relatar a experiência estudantil de inserção no território de uma Unidade de Estratégia Saúde da Família com base nos aspectos político e social, realizada de novembro de 2012 a agosto de 2013. Utilizamos a observação participante nas atividades realizadas pelos profissionais, registro em diário de campo e portfolio como técnicas de coleta de dados. É notória a influência da conjuntura política na prática dos serviços da Atenção Primária na UAPS em questão. Com a mudança da gestão municipal foram adotadas novas políticas que acarretaram em um novo ajustamento dos serviços, reverberando na comunidade. A legislação brasileira refere que a iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter complementar. A gestão dos recursos deve ser de caráter público e passar por todas as instâncias de controle social. Contudo, dentro dessas políticas adotadas pela nova gestão está a contratação de uma organização social privada para gerir a atenção primária no município, ferindo assim a legislação e impossibilitando o controle social. Em contrapartida, de maneira que a unidade encontrava-se sucateada devido a negligência da gestão, quando se implanta a empresa contratada a população passa a se satisfazer com o serviço, sem atentar para a ilegalidade do ocorrido e não tendo a macro visão que os equipamentos e o espaço público tornaram-se privados. Diante disto, levanta-se a questão: qual o papel dos profissionais e estudantes neste processo, uma vez que a população parece não apresentar maior conscientização acerca do que ocorre politicamente neste cenário? A participação nas atividades e o acompanhamento das dinâmicas através do programa tem se constituído como significativos no processo de ensino-aprendizagem dos envolvidos, configurando-se como importante ferramenta de educação. Isto fomenta uma formação mais integralizada e efetiva, uma vez que possibilita a atuação em diversas atividades junto à comunidade nos serviços de saúde no âmbito interdisciplinar.

Palavras-chave


saúde da família; privatização do SUS; território