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RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AS PERCEPÇÕES DA INSERÇÃO NO TERRITÓRIO DE UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE FORTALEZA ATRAVÉS DO PRO-PET-SAÚDE/REDES DE ATENÇÃO: POLÍTICA, CUIDADO, PRIVATIZAÇÃO DO SUS E FORMAÇÃO EM SAÚDE
Resumo
O Pro-PET-Saúde / Redes de Atenção em Saúde objetiva a integração entre profissionais e estudantes na dinâmica dos serviços do Sistema Único de Saúde através das Redes de Atenção. Um dos pilares é a interdisciplinaridade na área da saúde, funcionando assim como um lócus de discussão, crescimento e fortalecimento do SUS. O programa faz parte das políticas de educação permanente em saúde brasileiras que visam tornar a rede pública de saúde uma rede de ensino-aprendizagem no exercício do trabalho. Objetivamos relatar a experiência estudantil de inserção no território de uma Unidade de Estratégia Saúde da Família com base nos aspectos político e social, realizada de novembro de 2012 a agosto de 2013. Utilizamos a observação participante nas atividades realizadas pelos profissionais, registro em diário de campo e portfolio como técnicas de coleta de dados. É notória a influência da conjuntura política na prática dos serviços da Atenção Primária na UAPS em questão. Com a mudança da gestão municipal foram adotadas novas políticas que acarretaram em um novo ajustamento dos serviços, reverberando na comunidade. A legislação brasileira refere que a iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter complementar. A gestão dos recursos deve ser de caráter público e passar por todas as instâncias de controle social. Contudo, dentro dessas políticas adotadas pela nova gestão está a contratação de uma organização social privada para gerir a atenção primária no município, ferindo assim a legislação e impossibilitando o controle social. Em contrapartida, de maneira que a unidade encontrava-se sucateada devido a negligência da gestão, quando se implanta a empresa contratada a população passa a se satisfazer com o serviço, sem atentar para a ilegalidade do ocorrido e não tendo a macro visão que os equipamentos e o espaço público tornaram-se privados. Diante disto, levanta-se a questão: qual o papel dos profissionais e estudantes neste processo, uma vez que a população parece não apresentar maior conscientização acerca do que ocorre politicamente neste cenário? A participação nas atividades e o acompanhamento das dinâmicas através do programa tem se constituído como significativos no processo de ensino-aprendizagem dos envolvidos, configurando-se como importante ferramenta de educação. Isto fomenta uma formação mais integralizada e efetiva, uma vez que possibilita a atuação em diversas atividades junto à comunidade nos serviços de saúde no âmbito interdisciplinar.
Palavras-chave
saúde da família; privatização do SUS; território