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A QUALIDADE DA COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE COMO FATOR DECISIVO NA ADESÃO AO TRATAMENTO
Resumo
Introdução: Consulta clínica interativa exige comunicação além da fala. Escutar, estar atento ao paciente, evitar práticas punitivas que geram fracasso da relação médico-paciente, desestimulando retorno à consulta. Boa comunicação prevê escuta atenciosa e esclarecimentos pelo diálogo profissionais/ pacientes. Partindo dessas premissas um grupo de alunos e professores de medicina executou um projeto com pacientes hipertensos, como parte de suas atividades práticas curriculares. Objetivos: Desenvolver um processo comunicacional para melhorar o conhecimento de hipertensos sobre a enfermidade e adesão ao seu controle, em comunidade adscrita à Unidade Básica de Saúde Mirian Mota, Fortaleza-CE, 2012. Método: Estudo quantitativo e qualitativo com entrevistas individuais utilizando dois roteiros semi-estruturados para conhecer a situação e captar significados dos hipertensos acompanhados por uma agente de saúde, sobre fatores de risco para a doença: alimentação, atividades físicas e evolução da hipertensão. Atividades realizadas quinzenalmente com base no resultado das entrevistas: Mesa Redonda com participação ativa da ACS; Roda de Conversa – interação pacientes/aluno/professoras/ACS; Diálogo em Café da Manhã; Palestras sobre nutrição, atividades físicas e evolução da doença; Medição de peso, pressão arterial e glicemia com explicações sobre as aferições. Resultados: Dos 52 pacientes do Projeto, 57,2% eram analfabetos; Atividade física era praticada por 19,0%, alcançando 71,4% ao final de um ano; Alimentação inadequada mudou de 85,7% para 19,1%. Da pesquisa qualitativa, após análise das categorias, foi possível aprofundar a compreensão sobre estilo de vida saudável e valor da comunicação: “depois de conversar com vocês, sinto mais tranqüilidade, melhora até minhas dores de cabeça.” “Depois que vocês vieram e falaram o que era bom, eu mudei muita coisa na minha vida pra diminuir a pressão”; “Só de vocês virem aqui conversar com a gente, já é uma coisa boa.”.
Palavras-chave
Comunicação, Médico, Paciente.