Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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EDUCAÇÃO POPULAR COMO UMA PRÁTICA REALIZADA PELO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Andracy Ferreira Lima, Cláudia Patrícia Viana Henriques

Resumo


Introdução: Este trabalho buscou compreender o trabalho do Agente Comunitário de Saúde – ACS, frente às diversas situações de educação em saúde, promovidas no seu território de trabalho, a partir do Programa de Agente Comunitário de Saúde, o PACS. Estudo este motivado pela escassez de trabalhos sobre o ACS em especial a sua prática educativa desenvolvida em seu processo de trabalho. Objetivo: Evidenciando a realidade das práticas educativas e a inexistência de estudos relativos às ações educativas dos ACS, o presente trabalho teve como objetivo geral compreender o caráter da prática educativa realizada pelos ACS, para tanto buscamos descrever e fazer uma breve analise das atividades e práticas educativas realizadas pelos mesmos. Método: Tratou-se de uma pesquisa qualitativa. O campo e os sujeitos da pesquisa foram os Agentes Comunitários de Saúde do PACS, localizados no Distrito Sanitário V, na microrregião 5.3 no município de Recife-PE. O instrumento metodológico para coleta de dados foi o questionário. A análise dos dados foi feita a partir dos pressupostos teóricos e categorias de análise previamente estabelecidas que surgiram a partir de material empírico. Resultados: Os resultados seguem de relatos dos dados que 38 Agente Comunitários de Saúde evidenciaram nas entrevistas. A atividade que orienta a prática dos ACS pôde ser evidenciada nas concepções sobre educação e saúde nos questionários. Neste verificou-se a formulação de uma educação conservadora, contudo, transformadora em sua pratica cotidiana de trabalho. A cada analise das categorias evidenciou-se práticas educativas mistas, explicando-se pelos mesmos serem resultes de uma educação bancária, mas a todo o momento tentam superar em sua prática educativa em comunidade uma educação transformadora. A ideia de uma educação como processo dialógico baseado na troca de saberes e experiências esteve perpassado nos questionários, assinalando assim a concepção emancipatória de educação. Destaca-se também o discurso de que educar é conscientizar, expressando a ideia de uma mudança de consciência, provocada por algo externo ao sujeito e aproximando-se da ideia defendida por Paulo Freire. Dessa forma, a educação pode funcionar como um instrumento de adaptação do homem ao seu contexto, onde a integração exigirá a consciência. Conclusão: As práticas exercidas pelos ACS deixaram de ser uma mera repetição de tarefas, tornando-se princípio educativo na perspectiva de uma pratica transformadora.

Palavras-chave


Educação; Popular; Agente Comunitário de Saúde

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