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A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE NA FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM ONCOLOGIA
Resumo
Segundo Maria MMJ de Carvalho (1996), o trabalho em um serviço oncológico deve ser pautado na interdisciplinaridade, humanização e no cuidado especializado, para isso se faz necessária a existência de ações continuadas de formação que surjam ainda no decorrer da graduação. Segundo Simone Paes Vincent (2007), no campo de especialização em oncologia é caracterizada uma desigualdade dos programas de residência médica onde a maioria é localizada no centro sul. Diante disso, os estágios profissionalizantes surgem como uma forma de inserir os alunos de graduação no contexto do trabalho da equipe oncológica. Nessa imersão, o aluno pode contemplar a rotina da equipe de trabalho tendo ainda o aparato de supervisões que o auxiliam no elaborar das ações. Esse escrito tem como objetivo relatar a experiência de estágio supervisionado de um centro oncológico cearense, realizado por estudantes de Psicologia do oitavo ao décimo semestre. O estágio em um centro oncológico nos colocou diante de conflitos profissionais e pessoais. Diante da vulnerabilidade física e emocional dos pacientes, percebemos muitas vezes o quão pode ser tênue a linha entre o profissional e pessoal. Diante da morte e do desgaste físico e psicológico surge a pessoa, com seus medos, inseguranças e potencialidades. Fica ao profissional de psicologia o papel de articular os receios entre equipe, família e paciente, na prática podemos contemplar o quão difícil isso pode ser. A morte, que surge como única certeza e é divulgada amplamente como esta, nos põe em xeque, o modo com que estamos lidando com nossa vida. Em nosso estágio percebemos que há sim, uma importância evidente de nos profissionalizarmos teoricamente, mas nele principalmente nos colocamos diante de desconhecidos: a morte, o medo e a dúvida, fazendo-se importante também o surgimento de dispositivos que tragam apoio emocional a toda equipe. Diante disso, percebemos a importância de estágios profissionalizantes que fomentem o interesse dos estudantes para a temática e que possam elucidar uma formação de profissionais humanizados que consigam agir em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS, mesmo diante de um contexto repleto de dificuldades.
Palavras-chave
oncologia;formação;trabalho
Referências
CARVALHO, Maria Margarida M.J. Introdução à Psiconlogia.São Paulo: Editora Livro Pleno. 1996.
VINCENT, Simone Paes. Educação permanente: componente estratégico para aimplementação da política nacional de atenção oncológica. Revista Brasileira de Cancerologia, Sessão Especial. 2007.