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Este relato tem como composição a descrição de algumas intervenções de um estágio supervisionado de psicologia através de experiências grupais, vivências no serviço de saúde e diálogos com a equipe de profissionais. Sobre a instituição: um Centro de Acolhimento, de gestão municipal, localizado na cidade de Fortaleza- CE, fundado em julho de 2013. O plano de trabalho inicial contemplava o objetivo de promover espaços abertos de reflexões sobre os conceitos de dignidade e cuidado para usuários, familiares e profissionais, explorando os conceitos de clinica ampliada e direitos humanos nas práticas institucionais. Trata-se de 7 encontros temáticos no serviço, além de reuniões extras para preparação e avaliação das atividades. Utilizando como metodologia a significatividade do entendimento da linguagem como ação e produção de sentido nas relações de mundo e pessoas, foram trabalhadas algumas técnicas que pudessem favorecer a troca de experiências entre os diversos atores envolvidos, tanto usuários como profissionais, favorecendo a visualização dos conceitos de clinica ampliada, no qual a soma de todos os processos é bem maior que uma determinada parte do serviço, destacando nos sujeitos as possibilidades de autonomia em relação ao seu processo terapêutico. As atividades de grupos favoreceram as potencialidades dos sujeitos em transcrever suas historias de vida e sua relação com as drogas de forma a ressignificar suas experiências e construir outras possibilidades de futuro. O eixo direitos humanos se configurou como uma importante leitura de pessoas e situações, numa desconstrução cotidiana da ideia generalista de limpeza social através da internação compulsória, bem como de outros temas relacionados à várias formas de violação de direitos. O surgimento do campo de estágio na instituição na qual se realizou, estimulou processos de investigações, pensamentos, sentimentos e ações voltadas para a reversão da alienação relacionada às temáticas envolvidas no cuidado para os usuários de álcool e drogas. Tornou possível um relevante espaço de reflexões que emergem com propostas de romper preconceitos, estigmas, simplificações, moralismo e reducionismo da pessoa humana. As atividades estiveram distribuídas em algumas temáticas como: relações pessoais, processos grupais, identidade, projetos pessoais e profissionais, identificação e reconhecimento do usuário como protagonista na criação do cuidado, trabalhando as redes de apoio após a internação, respeitando as diferenças, reacendendo sentimentos através dos diálogos, reconhecendo e potencializando as qualidades no grupo.

Vidas. Experiências. Diálogos. Saberes. Cuidado.