Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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GRUPO DE PACIENTES ONCO-HEMATOLÓGICOS: AGREGANDO SENTIMENTOS E VIVÊNCIAS À INTERNAÇÃO A PARTIR DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
Carine da Fontoura Fernandes, Francine Fernandes Cezário

Resumo


Caracterização do problema: A Residência Multiprofissional emerge da necessidade de formar profissionais para o Sistema Único de Saúde, tensionando o modelo médico centrado ainda presente e buscando a transformação de uma lógica de atendimento que ainda fragmenta o usuário nos serviços de saúde em seus diferentes níveis de atenção. O nível terciário caracteriza-se por sua finalidade em tratar doenças graves e emergenciais, facilitando o processo de fragmentação e de perda da identidade do sujeito durante uma internação hospitalar. Inseridos neste contexto, os pacientes oncológicos têm sua rotina alterada, incluindo a realização de procedimentos invasivos e dolorosos e a limitação do autocuidado, tornando-se dependentes de familiares e da equipe de saúde. Considerando a importância de oferecer assistência humanizada no ambiente hospitalar e o papel que a Residência assume na recriação dos espaços de saúde, os residentes da ênfase em oncologia e hematologia propuseram a criação de um grupo destinado a pacientes com o intuito de proporcionar um espaço de integração que pudesse agregar outros sentimentos e vivências à internação e ao tratamento oncológico. Descrição da experiência: O grupo ocorre semanalmente nas segundas-feiras. São convidados a participar os pacientes e acompanhantes presentes das unidades de onco-hematologia, cirurgia oncológica e cuidados paliativos oncológicos que apresentam condições clínicas de saírem do leito. As atividades realizadas assumem um caráter lúdico, pedagógico e/ou reflexivo, coordenadas pela equipe de residentes multiprofissional. Efeitos alcançados: O grupo vem se consolidando como um espaço que proporciona integração e fortalecimento de vínculos entre pacientes, acompanhantes/familiares e equipe de residentes multiprofissional. Ainda, é um dispositivo que estimula a autonomia dos diferentes atores que se fazem presentes no grupo, através da construção de um ambiente participativo. Frente a um usuário do SUS tratado por tecnologias duras que descaracterizam o sujeito integral, o espaço vem protagonizando vieses que possibilitem compreender além das necessidades do tratamento de sua doença, resgatando outras vivências e relações entre equipe e paciente e entre os próprios pacientes, através de trocas realizadas de forma horizontal em uma internação hospitalar.

Palavras-chave


residência; grupo de pacientes; onco/hemato