Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CAMPANHAS DE SAÚDE: RESGATE DE MULHERES PARA O EXAME CITOLÓGICO
Glenda Batista de Almeida Andrade, Gianine Alves Dutra, Quéren-hapuque Freitas do Nascimento

Resumo


O câncer de colo de útero é o segundo tipo de câncer mais comum nas mulheres. A região norte do Brasil apresenta maior índice de mortalidade, em seguida estão às regiões nordeste, centro-oeste, sul e sudeste respectivamente, concentrando-se principalmente no grupo de mulheres acima de 35 anos. Além de aspectos relacionados à própria infecção há outros fatores como imunidade, genética e comportamento sexual que influenciam nos mecanismos que determinam a regressão ou a persistência da infecção e progressão para lesões precursoras ou câncer. As estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce após sinais e sintomas e o rastreamento que é a aplicação do exame em uma população assintomática aparentemente saudável, sendo que o exame continua sendo a estratégia mais adotada para o rastreamento do câncer de colo de útero. Conforme a orientação no Manual do Ministério da Saúde, o exame Colpocitologia Oncológica (COP) deve ser realizado pelo menos uma vez ao ano, após o início da atividade sexual, sendo prioritário para mulheres de 25 a 59 anos. Sendo assim, a partir da vivência em campo de prática do Internato I do curso de Enfermagem, na Unidade Básica, local de atuação da Estratégia de Saúde da Família da região noroeste de Goiânia- GO observou-se um número significativo de notificações de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) nas pacientes que se submeteram ao exame, bem como uma baixa adesão ao exame verificada nos registros do livro controle.  O que induziu a investigar o total de mulheres entre 25 e 59 anos que eram cadastradas na unidade de saúde, em relação à quantidade de exame realizados no ano de 2012. Os dados revelaram que 56,8% das mulheres acima de 25 anos fizeram o exame de COP e 88% delas estavam infectadas por Gardnerella vaginalis. Com base nos achados, foram desenvolvidos temas de educação continuada para os Agentes Comunitários de Saúde, além de palestras para a comunidade com o tema em destaque. Outras estratégias foram apresentadas às enfermeiras locais visando maior adesão das mulheres quanto ao exame COP e sugestão para efetuar campanha local ou regional incentivando e resgate da mulher para a realização do exame. Assim foi possível inferir que atingir alta cobertura da população definida como alvo é o componente mais importante no âmbito da Atenção Primária para que se obtenha significativa redução da incidência e da mortalidade por câncer de colo de útero. Além de que a melhoria do acesso a unidades de saúde e à informação são questões fundamentais. O amplo acesso da população a informações claras e consistentes e culturalmente apropriadas a cada região deve ser uma iniciativa de gestão no serviço de saúde em todos os níveis de atendimento.

Palavras-chave


GESTÃO; SAÚDE DA MULHER; ATENÇÃO PRIMÁRIA

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